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SAÚDE

Maio Vermelho: conscientização pelo câncer de cavidade oral

Foto: Divulgação/GS

O câncer da boca é o tumor maligno mais comum da via aéreo-digestiva alta. No Brasil e no Rio Grande do Sul, ele ocupa a quinta posição entre os cânceres mais comuns do homem. Na nossa região, esse é um dos tumores que tratamos com maior frequência. O paciente típico é o indivíduo de meia-idade, com histórico de abuso de tabaco e álcool durante longo período da vida, embora tenha-se observado um aumento da incidência de câncer de boca entre mulheres e jovens não fumantes e não etilistas, ainda sem uma explicação convincente.

Ao longo dos últimos 12 anos, 308 pacientes foram atendidos com neoplasias malignas da boca no Hospital Ana Nery, a maioria provinda do SUS, 88% deles tratando-se do mesmo tipo histológico, o carcinoma epidermoide. A língua é a localização mais comum (cerca de 40%), seguida do soalho da boca. O tratamento de escolha desses doentes é, sempre que possível, cirúrgico. A radioterapia e a quimioterapia normalmente são reservadas para tratamento complementar à cirurgia, paliação ou tratamento principal naqueles que se apresentam sem condições de cirurgia. Infelizmente, cerca de 25% dos pacientes não são mais candidatos à cirurgia no momento da primeira consulta, na maioria das vezes por tumores muito avançados.

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A expectativa de cura para pacientes com doença em estágio inicial fica entre 80% e 90%, caindo a cerca de 50% quando na presença de metástases no pescoço. Ao perceber sinais de suspeita, como feridas na boca que não cicatrizam espontaneamente; nódulos persistentes no pescoço, especialmente quando endurecidos e com crescimento progressivo; alteração do caráter da voz por mais de duas a três semanas, especialmente entre fumantes e consumidores de bebidas alcoólicas, busque por auxílio médico.

Ajudem-nos a lutar por essa causa e reduzir o impacto da doença sobre a vida das pessoas. Sejam vigilantes em suas casas e identifiquem situações de risco. O diagnóstico precoce permanece sendo uma das medidas de maior impacto no desfecho da doença.

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O que aumenta o risco

  • Tabagismo – Quem fuma cigarro ou utiliza outros produtos derivados do tabaco, como cigarro de palha, de Bali, de cravo ou kreteks, fumo de rolo, tabaco mascado, charutos, cachimbos e narguilé, entre outros, tem risco muito maior de desenvolver câncer de boca e de faringe do que não fumantes. Quanto maior o número de cigarros fumados, maior o risco de câncer.
  • Consumo regular de bebidas alcoólicas: evidências mostram que o acetaldeído, o principal e mais tóxico metabólito do álcool, interrompe a síntese e o reparo do DNA e, portanto, pode favorecer a carcinogênese. Pessoas que consomem bebidas alcoólicas em altas quantidades também podem ter dietas carentes de nutrientes essenciais, como o folato, tornando os tecidos-alvo mais suscetíveis aos efeitos carcinogênicos do álcool.
  • Exposição ao sol sem proteção representa risco importante para o câncer de lábios.
  • Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de boca.
  • Infecção pelo vírus HPV está relacionada a alguns casos de câncer de orofaringe.

Como prevenir o câncer

  • Não fumar
  • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
  • Ter alimentação rica em frutas, verduras e legumes
  • Manter boa higiene bucal
  • Usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral

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A campanha

Em 2006, uma lei do RS definiu o 31 de maio como “Dia Estadual de Luta Contra o Câncer Bucal”, em referência ao “Dia Mundial Sem Tabaco”. Para marcar a data e chamar atenção para essa doença, que tem maior taxa de mortalidade nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, surgiu o Maio Vermelho. O projeto busca qualificar os dentistas e demais profissionais da saúde sobre o câncer de boca para que possam levar à população a melhor informação sobre prevenção, diagnóstico precoce e suporte no decorrer do tratamento oncológico.

Por Dr. Fábio Muradás Girardi, Dr. Aliende Lengler Abentroth e Dr. Luiz Alberto Hauth
Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Ana Nery – Santa Cruz do Sul

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