Maio Roxo alerta para a doença inflamatória intestinal

O 19 de maio foi eleito como o Dia Internacional das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), motivo pelo qual todo o mês ficou conhecido por “Maio Roxo”. A data tem como objetivo alertar a sociedade sobre essas doenças e a importância do diagnóstico precoce. Mais comuns em adultos, têm se apresentado com frequência cada vez maior na infância e adolescência, fase em que geralmente há um comprometimento mais agressivo e extenso comparado com adultos.

No entanto, nos últimos anos, os relatos vêm aparecendo mais cedo, até mesmo em crianças com menos de 1 ano. Da mesma forma, os tratamentos têm avançado e hoje é possível conviver com a doença e manter a qualidade de vida. É o que afirma a gastropediatra Raquel de Mamann Vargas em entrevista à Gazeta do Sul.

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Fique atento

Afinal, quando pensar em doença inflamatória intestinal nas crianças e adolescentes?

  • Dor abdominal recorrente (sinal de alerta: acorda de noite pela dor)
  • Diarreia prolongada sanguinolenta ou não
  • Perda de peso e parada no crescimento
  • Febre, fraqueza, anorexia
  • Manifestações articulares, dermatológicas e oculares
  • Alterações na região anal e no toque retal (abscessos perianais, fissuras e fístulas)
  • Anemia inexplicada, aumento contínuo de provas inflamatórias nos exames laboratoriais, níveis elevados de calprotectina fecal
  • Evidências nos exames de imagem, biópsias compatíveis

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ATENÇÃO: fique atento se há história de DII na família

O que são as doenças inflamatórias intestinais?

São doenças caracterizadas por um processo de inflamação crônica do trato digestivo que atinge sobretudo o intestino. Têm características com curso, duração e gravidades variáveis.

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Quais são as mais comuns?

São representadas pela doença de Crohn, pela colite ulcerativa e uma pequena parcela pela colite indeterminada ou não classificada.

A partir de que idade já podem acontecer?

A retocolite ulcerativa e a doença de Crohn podem se apresentar antes dos 20 anos em 25% a 30% de todos os pacientes. A DII pediátrica mais preponderante é a doença de Crohn. Em geral, quando analisado o foco do público pediátrico, ela pode ocorrer em qualquer idade, mas seus picos de incidência são em crianças mais velhas e adolescentes. Sabe-se também que o seu curso clínico é mais agressivo na faixa pediátrica.

Quais as causas ou fatores que contribuem para o seu aparecimento?

Trata-se de uma doença multifatorial, ou seja, existem muitos fatores que podem desencadear a patologia: ambientais, genéticos, da microbiota intestinal e imunológicos.

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Quais os sintomas?

Os sintomas são variados e podem se diferenciar em virtude do tipo de DII, da idade e da evolução da doença. Em geral, pacientes podem apresentar dor abdominal de intensidade variável e alteração do padrão intestinal (habitualmente diarreia que pode ter sangue, restos alimentares ou perda de gordura associados). Pode ocorrer também febre baixa, inapetência, dificuldade no ganho de peso e crescimento, dores articulares, náuseas e vômitos, aftas de repetição em cavidade oral. Em alguns casos ocorrem lesões na região perineal, como fístulas ou abscessos. Em resumo, as manifestações clínicas sempre vão depender da localização e extensão das lesões.

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O que elas provocam?

Em virtude dos sintomas e acometimento, a longo prazo, se não tratadas, podem evoluir com importante prejuízo na qualidade de vida. A evolução grave dos casos pode ser caracterizada por desnutrição, deficiência de vitaminas, obstrução intestinal, abscessos, piora importante do estado geral, entre outros.

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Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado por meio de uma consulta médica detalhada, com exame físico completo e testes complementares. Exames laboratoriais podem auxiliar no diagnóstico, mas devem ser complementares. Um procedimento chamado calprotectina fecal é sensível para detectar inflamação da mucosa intestinal e pode nos ajudar como um rastreio inicial da DII. Exames de imagem auxiliam na detecção da evolução da doença em nível intestinal. Mas o diagnóstico é confirmado com biópsias realizadas através de endoscopia digestiva alta e colonoscopia.

E o tratamento?

O tratamento será direcionado ao tipo de DII e seu acometimento e gravidade. Existem índices de atividade da doença que são avaliados para guiar tratamento e acompanhamento individualizados para cada paciente. O tratamento acontece com terapia nutricional específica além de medicamentos associados – existem muitas possibilidades de acordo com o objetivo de cada caso. Em algumas situações, dependendo do acometimento, há também intervenção cirúrgica.

Tem cura?

Trata-se de uma doença multissistêmica. Pode haver diversas formas de controlar e amenizar os sintomas, permitindo uma boa qualidade de vida para o paciente. Não há cura definitiva. Sabe-se que será um cuidado para a vida toda, com acompanhamentos médicos regulares, medicamentos contínuos e exames frequentes. Desse modo, os princípios para o tratamento são: induzir a remissão clínica, laboratorial e endoscópica e manter a remissão a longo prazo; cicatrização da mucosa intestinal; melhora da qualidade de vida e promoção do crescimento e desenvolvimento adequados.

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