Os trabalhadores em educação do Estado deverão entrar em greve na próxima terça-feira, dia 13, e manter as atividades paralisadas até o término da votação do pacote de ajuste fiscal do governo do Estado na Assembleia. A paralisação foi decidida ontem à tarde, em assembleia geral da categoria realizada pelo Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers) na Praça da Matriz, na frente do Palácio Piratini, em Porto Alegre. A reunião contou com representações de professores e funcionários de escolas dos 42 núcleos do sindicato.
Conforme a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, a greve desta vez será por tempo determinado, pois se estenderá até o fim da votação do pacote. Na assembleia anterior, ocorrida em novembro, a categoria havia decidido entrar em greve a partir de 20 de dezembro caso não recebesse o 13º salário. O plano mudou, segundo Helenir, porque provavelmente o pacote de ajuste fiscal entrará em votação no dia 19. A mudança também considera o fato de que no dia 13 ocorrerá a votação, no Senado, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, que trata do teto dos gastos públicos.
Helenir observa que a PEC 55 também atinge muito a categoria, que resolveu unir-se aos demais servidores do Estado e comunidade escolar no Ato Estadual Unificado que está previsto para o dia 13, em Porto Alegre, contra as medidas do governo Estadual e essa proposta de emenda à Constituição. Os trabalhadores em educação ainda decidiram que irão acampar na Praça da Matriz, na Capital, a partir do dia 19, numa forma de pressão para que sejam retirados do pacote os pontos que consideram negativos. Um deles é a alteração do prazo para pagamento do 13º salário aos servidores.
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Em nota divulgada após a assembleia, a Secretaria Estadual da Educação disse que a greve é uma medida equivocada e inoportuna, pois o ano letivo regular se encerra em 23 de dezembro. E ressalta que a decisão “tomada por parte da categoria” prejudica diretamente a comunidade escolar, especialmente os estudantes que estão concluindo os ensinos fundamental e médio e a educação profissional. Destaca ainda que o conjunto de medidas a ser apreciado pela AL busca reverter o cenário de deficit sucessivos ao longo das últimas quatro décadas.