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ESPETÁCULO

Magazine: Janelas abertas

A atriz Ana Rosa é a estrela da peça, que também dirige o espetáculo junto ao ator Guilherme Correa

No dia 4 de novembro, uma sexta-feira, a agenda cultural de Santa Cruz do Sul reservava (ou anunciava) um atrativo muito especial para o público da cidade e da região: uma apresentação do espetáculo Violetas na Janela, protagonizado pela atriz paulista Ana Rosa, com trajetória consagrada nas telas da TV e do cinema e, claro, nos palcos brasileiros. Os bloqueios em rodovias, então em curso, obrigaram a produção a se decidir pelo adiamento dessa promoção, a princípio para março de 2023.

Na iminência de sua vinda a Santa Cruz do Sul, e dentro do esforço de divulgação da peça, Ana Rosa concedera durante aquela semana uma entrevista exclusiva, ao vivo, aos jornalistas Maria Regina Eichenberg e Leandro Porto, no programa Rede Social, da Rádio Gazeta FM 107,9. A visita a Santa Cruz, para a qual manifestava sua expectativa, acabou não se efetivando. Não, ao menos, naquele momento, mas adiada para março, talvez então o público regional poderá, se tudo correr bem, apreciar essa atração.

A entrevista, portanto, já permitiu familiarizar os ouvintes (e, agora, os leitores) com o enredo de uma das mais longevas e bem-sucedidas peças do teatro nacional. Afinal, Violetas na Janela está em cartaz há nada menos do que 25 anos, desde a estreia, em 1997, quando ficou por 11 anos ininterruptos em temporada no Rio. E Ana Rosa, cujo nome artístico forma-se com os dois primeiros nomes da paulista Ana Rosa Guy Galego, perpassa essa história por todo esse quarto de século. Nascida em Promissão, a cerca de 400 km da capital, São Paulo, aos 80 anos, é rosto familiar de todos os fãs de novelas e do cinema.

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E o sucesso de Violetas na Janela, lembra ela, tem forte relação com a temática espírita: a peça é a adaptação para o palco do livro homônimo de Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, feita pela própria atriz, que também atua e dirige, junto ao ator Guilherme Corrêa. A produção é centrada no desencarne de Patrícia, uma garota de 19 anos que acorda em uma Colônia Espiritual e percebe que a vida continua.

Confira trechos da conversa de Ana Rosa com Maria Regina e Porto:

Magazine – Como é integrar um espetáculo que está há 25 anos em cartaz, caso de Violetas na Janela?
Ana Rosa –
Estreamos no Rio de Janeiro em 1997 e logo fizemos 11 anos direto. Depois houve uma pausa. Concomitantemente eu gravava novelas, e era muito cansativo, estressante. A gente ficava gravando, viajava nos finais de semana, mas em alguns finais de semana também gravávamos, e não podíamos seguir com a peça. Mas os primeiros 11 anos foram direto. Depois da pausa retomamos e fizemos mais duas temporadas, no Teatro Vannucci, no Rio, e continuamos viajando pelo Brasil. Fizemos substituições de elenco… Afinal, são 25 anos! Alguns colegas saíram para fazer outros trabalhos, teve gente que saiu e voltou, e a gente continua na estrada.

A peça aborda o tema da vida após a morte, isso?
A peça é uma adaptação que eu e Guilherme (meu marido, que ainda era vivo) fizemos do livro que foi psicografado por Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, lançado pela editora Petit, em 1993, e que esteve na lista dos dez mais vendidos nos primeiros quatro anos. Conta a história de Patrícia, que é a sobrinha da Vera, de família querida no interior de São Paulo, de São Sebastião do Paraíso. A Patrícia desencarnou aos 19 anos, e conta como foram as experiências dela quando chegou no plano espiritual.

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Quem assistir se familiarizará com o espiritismo?
Exato. Para quem já leu alguma coisa, ou já se interessou por espiritismo, existe um livro chamado Nosso Lar (do qual inclusive foi feito filme, e nele participei como atriz), que conta mais detalhadamente como é a vida no plano espiritual, nessa colônia, Nosso Lar. O Violetas na Janela tem todas as informações que tem o Nosso Lar, de uma forma mais acessível, em uma linguagem mais compreensível. O Nosso Lar (e, aliás, o Wagner de Assis fez uma adaptação excelente para o cinema), é de uma leitura mais difícil, é mais rebuscado, mas o Violetas na Janela a Patrícia narra de uma forma muito facilitada para quem não conhece o espiritismo, para quem quer conhecer, para os jovens. É até muito voltado para os jovens, pois ela desencarnou aos 19 anos, né? E ela narra as experiências dela no plano espiritual.

Como é contar essa história, que é a mesma, para as diferentes gerações ao longo desse tempo?
Eu fiz alguns outros espetáculos que foram sucesso, ficaram muitos anos em cartaz. Um deles foi Trair e Coçar É Só Começar, que continua ainda, desde a estreia em 1986. Estive no elenco por quatro anos, fiz várias personagens. E outro que foi sucesso absoluto em São Paulo, fiz dois anos, é Camas Redondas, Casais Quadrados. O que acontece é o seguinte: depois de um certo tempo fazendo toda noite aquela mesma personagem, a cada noite diferente você descobre coisas, porque a gente ensaiava a peça durante dois, três meses (isso antes da pandemia). Então, quando a gente vai para o palco está muito seguro, conhece o espetáculo, os personagens todos; o que é diferente de novelas, que são obras abertas.
No teatro, chega uma hora em que você repete, repete e já descobriu todos os meandros do personagem e não tem mais novidade nenhuma. O que não acontece com Violetas na Janela. E explico por quê. Porque durante todos esses anos que viajamos, em todos os lugares a que vamos, o retorno que a gente tem do público, as manifestações… E antigamente não tinha celular, Facebook. As pessoas saíam e deixavam mensagens escritas; tenho pastas com mensagens que as pessoas que assistiam ao espetáculo deixavam. Agora se tem isso através do Facebook, das redes sociais. Para a gente, é uma satisfação muito grande ver a reação que esse espetáculo provoca nas pessoas. E sentir isso no momento do espetáculo, depois do espetáculo, que as pessoas querem nos cumprimentar e fotografar.

E como é a recepção a essa temática?
A gente não pretende fazer a cabeça de ninguém. Sempre digo que política, religião e futebol não se discute, a gente tem que respeitar a opinião de cada um, e as pessoas têm de respeitar a minha opinião. Uso sempre como exemplos filmes como O Sexto Sentido, Ghost – Do Outro Lado da Vida, Vida Depois da Vida ou Os Outros, com a Nicole Kidman. São filmes que relatam exatamente o que acontece com o espírito depois que a pessoa desencarna, mas em momento nenhum se fala em filme espírita. Porque acho que isso divide, você acaba restringindo o público: se é filme espírita, peça espírita, e eu não sou espírita, sou ateu, cristão, evangélico, sei lá, então não é para mim. É o contrário, é um espetáculo de teatro, com profissionais no palco, tem uma luz lindíssima, uma música feita especialmente para o espetáculo. Quem acredita, tem algum conhecimento ou aceita que existe vida após a morte se identifica; quem não sabe, nunca soube ou não se interessou, vai lá e vai, de repente, sair com aquela curiosidade. Ou não: vai simplesmente dizer “ah, foi um espetáculo bonito, mas é tudo fantasia, não acredito”. Paciência. Mas saiu satisfeito porque viu um espetáculo bonito, profissional. E também se pode ler ou se informar a respeito…
Sim. Desde que me tornei espírita, gosto de ver todos os detalhes. E se pode ler acerca do lado científico da desencarnação. Por exemplo, Vida Depois da morte, do dr. Raymond Mo-ody, um psicólogo que investiga o fenômeno da sobrevivência à morte corporal; ou Nós Somos Todos imortais, de Patrick Drouot. Bem, já é comprovado cientificamente que a vida não termina aqui e o corpo é apenas uma vestimenta material que a gente tem, mas que a nossa essência não morre. É muito importante deixar isso sempre registrado.

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