Mamães, descompliquem. Não há como ser amorosa, atenciosa, bem-humorada, elegante, bonita, de bem com a vida, boa profissional, enfim… Perfeita. Pelo menos essa é a mensagem que a jornalista, socióloga e autora do livro A Mamãe é Rock, Ana Cardoso, 39 anos, tenta transmitir por meio de suas crônicas. Ou seriam desabafos?
Durante breve passagem por Santa Cruz do Sul ontem, a escritora falou sobre essa corrida – sem chegada – que as mães contemporâneas encaram todos os dias. E o caminho para tentar aliviar a missão é simples, mas nem por isso fácil: “Vivam mais e se cobrem menos.”
Ao escrever de forma despretensiosa as suas impressões – e as de outras mães com quem mantém contato – sobre a maternidade, Ana afirma que não há problema se algo não deu certo. “As mães precisam se libertar da culpa. Se o filho mama no peito e tem cárie, a responsabilidade não é da mãe. Existem inúmeras razões para isso. É preciso se libertar dessa pressão”, exemplifica. Ela também acrescenta que, em função de a criação dos filhos ter se tornado mais individual ao longo dos anos, é fundamental que as mulheres percebam a importância de pedir ajuda. “Tem que delegar mais tarefas para a figura paterna, sim. E também não há problema algum em contar com a avó, com os tios, com os amigos. É um processo em que todo mundo sai ganhando.”
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Compartilhar angústias e não “competir” com outras mães também são atitudes que, para Ana, colaboram para aliviar a tensão. “Quando uma mãe fala sobre um incômodo e vê que a outra pensa o mesmo, ela passa a dividir aquela dor e se sente ‘menos pior’.” Sem contar os outros desafios diários que se apresentam. “Se no meu tempo eu ia sozinha para a escola, hoje é impossível. Ou seja, eu tenho que estar mais presente.” Entre os malabarismos encarados dia após dia, Ana não deixa de reforçar: “Existe vida pós-filho. Você pode e deve continuar a sair e viajar. Só mães felizes podem criar filhos felizes.”
Experiência intensa
A convite do movimento Empodere e da Associação de Pais e Mestres (APM) do Colégio Mauá, Ana palestrou no teatro da instituição ontem à noite sobre as dificuldades e desafios diários das mães. Também tratou sobre aspectos como afeto, liberdade, propósitos, gênero e consumismo. Durante a tarde ainda participou de uma sessão de autógrafos e coletiva de imprensa na livraria Iluminura.
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Casada com o comunicador Marcos Piangers, autor do livro O Papai é Pop (volumes 1 e 2), Ana Cardoso foi convidada pela editora a elaborar uma versão sobre a maternidade. Acostumada a escrever sobre a maratona de ser mãe para um blog, a jornalista pensou e decidiu que até aceitaria, sob a condição de que o livro se chamasse A Mamãe é Rock. “Ser mãe é rock-n’-roll mesmo. É muito intenso.” Não por acaso, a sinopse da obra já convida os leitores, por meio de um trocadilho, a conhecerem o lado mais “in/tenso” dessa experiência.
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