A morte de Matheus de Lima é mais dentre as várias que alteram a ordem natural da vida. Enquanto muitos estavam perplexos, chocados com a notícia de que o jovem, de apenas 18 anos, havia morrido num acidente no Parque da Fejão, em Sobradinho, outros, num tom de “curiosidade funesta”, trocavam fotos do menino, morto, estirado na rua, por redes sociais. No domingo, enquanto a maioria das pessoas estava dormindo, a família de Matheus tinha que se aperceber que ele já não mais existia na condição de matéria. Só na lembrança. Julgar? Apontar? A quem cabe a culpa, se é que ela existe? Só Deus pode responder com exatidão.
O pequeno grande amigo, chamado assim por quem o conheceu e conviveu com ele, deixou não somente família e amigos. Deixou também sonhos e projetos que estava começando a realizar. Matheuzinho – outro apelido carinhoso -, deveria estar na Argentina neste final de semana, a fim de ajudar em um trabalho social. Isso também foi arrancado dele. A mãe Janaina Zimmer, recebeu a reportagem da Gazeta da Serra já com os olhos marejados de lágrimas, pois sabia que teria de relembrar os passos de Matheus. “A ficha ainda não caiu. Para a gente ele está em Cruz Alta estudando.”, declara a mãe.
Janaina, além de mãe, era cúmplice e confidente. “Nossa relação ficou mais próxima e afetuosa em virtude do tratamento. Passamos um ano no hospital com ele”, lembra. Matheus foi diagnosticado, aos 10 anos, com um câncer na nasofaringe. A chance de cura era de apenas 5%. A mãe conta que o tratamento intenso durou um ano, depois mais cinco anos para checkups e cuidados especiais. A cura veio. E esse era um grande passo para Matheus. Ele não gostava de contar essa parte da sua existência, pois sempre dizia que era passado. “Apesar de tudo, ele nunca reclamou da vida. Era uma pessoa humilde. Nunca usou drogas. Era um menino calmo. Quem se aproximou dele sabe disso”, afirma Janaina.
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Matheus começou a se empenhar cedo, e logo depois de formado no Ensino Médio se credenciou no Detran para trabalhar como despachante de trânsito. Tinha escritório próprio em Arroio do Tigre. Mas seu grande sonho era a Arquitetura. Esmerou-se e estudou muito. Passou no vestibular 2015 e estava cursando o 2º semestre na Universidade de Cruz Alta. “Ele estava trilhando o caminho para se formar naquilo que sonhava. Tanto que todos os seus trabalhos eram nota máxima”, comenta a mãe.
CONFIRA A MATÉRIA COMPLETA NESTA EDIÇÃO DO JORNAL GAZETA DA SERRA.
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