Mãe de bebê cardiopata divide experiências com outras mulheres

Quando vivências são compartilhadas, tornam-se mais que uma experiência pessoal e passam a servir de exemplo para muitas outras pessoas. No caso da profissional de Educação Física Fernanda Thais Konrad, de 27 anos, de Santa Cruz do Sul, a maternidade chegou com uma série de obstáculos e acabou virando combustível para a criação de um perfil em uma rede social onde ela compartilha histórias sobre como é ser mãe de Arthur Konrad Berny, de 10 meses, e relata todo o processo evolutivo do menino.

Depois de uma gestação tranquila, com todos os exames normais, Fernanda teve Arthur com 38 semanas em uma cesariana. O menino nasceu pesando 2,790 quilos e medindo 49 centímetros. Logo após o nascimento, a mãe não pôde pegar Arthur no colo porque a oxigenação no sangue do recém-nascido estava baixa. “Só trouxeram ele para eu dar um beijo e já o levaram para a Unidade de Cuidados Intermediários do Hospital Santa Cruz. Lá ele passou a noite e, de manhã, como não melhorou, foi para a Unidade de Terapia Intensiva”, relembra Fernanda. 

Feito o ecocardiograma, veio o diagnóstivo: Arthur nasceu com Tetralogia de Fallot, uma cardiopatia. “De início, você não acredita e perde o chão. Mas em nenhum momento a gente pensou que fosse acontecer algo ruim com ele. A gente sempre pensou muito para frente”. Foi uma parada cardíaca diante de Fernanda e do marido e pai de Arthur, Felipe Dutra Berny, de 32 anos, que fez a “ficha cair”. 

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A partir dali, começou a movimentação para transferir Arthur a Porto Alegre, onde receberia o tratamento mais adequado ao caso dele. O pequeno passou por dois cateterismos e uma cirurgia. Até os 7 meses de vida, o filho de Fernanda e Felipe usou sonda. Por todo esse tempo, a educadora física retirou o leite materno para alimentar o filho da melhor forma. 

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A boa experiência com amamentação – que continua até hoje – fez com que o perfil @maede.cardiopata fosse criado no Instagram. “A ideia surgiu das médicas, justamente pela questão da amamentação, porque o Arthur usou sonda para se alimentar até os 7 meses e eu, desde o início, usava bomba para tirar leite. Ia estimulando, sabia que o leite materno era o mais importante. Como ele ficou internado, precisava das vitaminas e de tudo que o leite materno tem”, observa Fernanda.

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Por mais cansativo que fosse tirar o leite utilizando bomba manual e elétrica, desistir não fazia parte do plano. “Tudo vale a pena, porque hoje poder pegar ele no colo e amamentar é algo que não tem preço. Então eu compartilho essa história para que todas as mães saibam que é possível”. Arthur também tem uma deficiência visual chamada de microftalmia. Futuramente, ele poderá fazer uma cirurgia de transplante de córnea. Hoje, o bebê é acompanhado por profissionais de fisioterapia e fonoaudiologia.

Saiba mais

Eletrocardiograma 

Na gestação, é possível que os médicos solicitem um exame de eletrocardiograma fetal, para saber se o bebê sofre de doenças ou de alguma má-formação. Com uma gestação sem complicações, não foi solicitado que Fernanda fizesse o procedimento. “Eu acho interessante que os médicos deem a opção de fazer ou não, mesmo com a gravidez sendo tranquila”, declara. “Se soubéssemos antes, a cesárea teria sido em Porto Alegre”.

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Rede de apoio

Fernanda acredita que crianças especiais vêm para famílias especiais. Para a mãe, a rede de apoio de familiares e amigos com quem se pode contar é fundamental para que ela, Felipe e Arthur possam passar por todos os processos. “Temos uma rede que tem um amor muito grande pelo Arthur, e ele sente isso, porque a energia é muito boa ao redor dele. Sabemos de outras realidades e a gente é muito grata pela nossa realidade”, ressalta.

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