Em Santa Cruz do Sul, terra de Romeu Seibel (1928-1993), o nacionalmente conhecido e respeitado Chiquinho do Acordeon, músico que marcou época, um outro mestre desse mesmo instrumento segue encantando fãs e apreciadores. É Lydio Luiz Frantz, nascido em Rincão Del Rey, interior de Rio Pardo, e que se fixou com seus pais e irmãos na área central de Santa Cruz quando tinha 8 anos. A referência a Chiquinho do Acordeon não é casual ou gratuita, pois ele foi justamente uma grande referência para seu Lydio. Mais do que exemplo ou modelo, ambos chegaram a tocar juntos, em 1992.
Em sua residência no Bairro Aliança, Lydio, aos 77 anos, mantém nas paredes recortes de jornais e fotos de seus ídolos e também de suas parcerias na música. Ao lado, premiações e troféus que conquistou. Esses materiais podem ser conferidos pelos inúmeros alunos que recebe, de todas as regiões do Estado, e que com ele têm aulas de acordeon. Assim como busca transmitir a aprendizes os seus profundos conhecimentos em torno desse instrumento, segue, ele próprio, aperfeiçoando-se diariamente, como ressalta.
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Em paralelo, cumpre agenda de apresentações, na companhia de outros músicos, com os quais compõe uma banda: Ademar Carvalho no violão, Márcio Campeiro no vocal e Paulista na percussão. Nessas ocasiões, como acordeonista, exercita um dom que possui desde a infância. Além de tudo, vem de família de músicos. Filho de Cristiano e Estelita, nasceu em 21 de abril de 1946, no Dia de Tiradentes. Por coincidência, o pai era dentista.
Caçula de sete irmãos, ainda tem os manos Vera e Sônia (quatro são falecidos: Afonso, Antonieta, Nelson e Camilo). Quando ainda residiam em Rincão Del Rey, o pai providenciou que tivesse aulas com a professora Liane Eick Roveder. Já morando em Santa Cruz, comprou para ele uma gaita. O mano Camilo também era acordeonista, e Nelson era baterista. Com a gaita a tiracolo, até os 16 anos foi aluno de Edemar Bender, o Bendinha, e depois passou a ter aulas com Oscar dos Reis, em Caxias do Sul.
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Então começaram as apresentações com formações como Sete Brasas, Fandangaço, Os Buenachos, e com elas as viagens, inclusive para outros estados. Por sinal, encontrou sua companheira de vida por causa da música: em apresentação em Jaguari, ali conheceu Teresinha Moraes de Lima, com quem se casou. Fixaram-se no Bairro Aliança, zona sul de Santa Cruz, e o casal tem quatro filhos, Fátima, Lidiane, Cássio e Luciane, que, por sua vez, lhes deram seis netos (Lucas, Jaqueline, Caroline, Carine, Arthur e Théo).
Em paralelo a sua dedicação à música, como integrante de bandas e grupos que se apresentavam em eventos, casas de shows, bares, restaurantes, seu Lydio também foi funcionário público, junto à Secretaria Estadal da Saúde. Ao longo de sua trajetória, eternizou seu trabalho em gravações: por exemplo, no CD Polcas e Valsas, que ele gravou com o Grupo Pérola, e no CD Gente da noite, com sambas e chorinhos.
Tanto por conta de suas apresentações quanto pelos registros gravados, a fama de Lydio Frantz como acordeonista ultrapassou, e muito, as fronteiras regionais, estendendo-se para todo o Estado.
Contribuem para esse respeito e admiração que granjeia as aulas que ministra para sucessivas gerações de alunos. Estes, por sua vez, tornaram-se acordeonistas conhecidos e bem-sucedidos, como Wiliam Bender, Leonas Beise, Johnson Folmer (gaiteiro de Os Buenachos), Paulo César (do Fandangaço) e João Dornelles (integrante de Eco do Minuano e Bonitinho), para orgulho igualmente do professor, e mestre absoluto.
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