Reumatologista que atende pacientes de toda a região, o médico Everton Luis Hinterholz garante: “Se você tratar o lúpus, vai ter uma vida normal”. Doença que atinge 65 mil pessoas no Brasil, especialmente as mulheres, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, o lúpus eritematoso sistêmico é autoimune.
Ou seja, os anticorpos que deveriam nos proteger acabam atacando o organismo e causando inflamações nas células, tecidos e órgãos – atingindo, por exemplo, articulações, pele, rins e pulmão. “Ainda não se tem uma clareza sobre a causa do lúpus, mas é muito importante que as pessoas saibam que ele não é contagioso.”
Na opinião do especialista, criou-se um estigma acerca do diagnóstico, inclusive com preconceito. Para ele, é preciso desconstruir essa visão e encarar a enfermidade como uma doença crônica, assim como a pressão alta e o diabetes.
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SAIBA MAIS
Tem como prevenir?
Em grande parte dos casos, as pessoas diagnosticadas com lúpus apresentam uma predisposição genética. Hinterholz acrescenta, porém, que bons hábitos podem impedir que os genes se manifestem. “Estudos têm mostrado que o estilo de vida saudável, a boa alimentação e a prática de exercícios físicos são peçaschave para a prevenção.” Ele recomenda evitar o consumo de alimentos industrializados, recheados de corantes e conservantes.
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Já o tratamento é feito com medicação. O paciente que for diagnosticado deverá seguir as prescrições corretamente. “A medicina avançou muito. Antes o tratamento não era assim tão eficiente”, ressalta o médico.
O fato de figuras publicas divulgarem que sofrem de lúpus, como Lady Gaga e Selena Gomes, contribui para a população entender a doença. “O mais importante é o paciente não entender o lúpus como uma sentença. Se cumprir o tratamento com todos os seus cuidados, poderá viver tranquilamente”, salienta Hinterholz.
Os sintomas
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O lúpus pode apresentar diversos sintomas em várias áreas no corpo, e essa é uma característica que dificulta o seu diagnóstico. Fique atento a: dores articulares, muito cansaço; baixa produção de urina; lesões avermelhadas na pele (as mais comuns acontecem nas maçãs do rosto e têm o formato de uma asa de borboleta).
Altos e baixos
Entre os principais sintomas do lúpus estão manchas na pele, inchaço e dores espalhadas pelo corpo, principalmente nas articulações. Foram essas condições que fizeram a santa-cruzense Helena Becker, 49, procurar ajuda médica. Ao longo de três anos, a escriturária foi obrigada a conviver com os incômodos, sem ter respostas claras sobre o diagnóstico. “Consultei oito especialistas, sem sucesso. Foi só quando me encaminharam para o reumatologista que obtive a resposta: era lúpus”, lembra.
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Hoje, 16 anos depois, Helena encara uma rotina tranquila. Ela ressalta, entretanto, que muitos cuidados precisam ser tomados diariamente e que o suporte da família é fundamental. “É uma doença de muitos altos e baixos. Há dias em que estou bem e outros em que me sinto muito cansada. Nessas horas, o apoio de quem está em casa é a peça-chave para te segurar.” A santa-cruzense toma até 16 comprimidos diários (incluindo medicação para fibromialgia) e passa por uma bateria de exames de seis em seis meses.
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