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Entrevista

Lula critica ‘vazamentos seletivos’ contra políticos do PT

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que o processo de impeachment da Dilma Rousseff em curso na Camara dos Deputados é um “golpe político”. Em entrevista ao jornalista norte-americano Glenn Greenwald, o petista disse que o impedimento é tramado por um grupo que deseja chegar ao poder desrespeitando o voto popular. Lula também criticou os “vazamentos seletivos” contra políticos do PT e defendeu uma mudança da política econômica em caso de continuidade do governo

“É um golpe porque, embora esteja previsto na Constituição Brasileira o impeachment, para que a pessoa seja vítima de um impeachment, é preciso que ela tenha cometido um crime de responsabilidade e a presidenta Dilma não cometeu um crime de responsabilidade”, afirmou.

O ex-presidente defendeu também que qualquer político tem o direito de querer chegar à presidência da República, basta disputar uma eleição. “Eu perdi três eleições, três. Não encurtei o caminho, esperei 12 anos para chegar à presidência da República.”

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Lula também defendeu a postura do PT em relação aos pedidos de impeachment de presidentes anteriores, como Fernando Collor e FHC. “Não, veja, o PT tinha pedido o impeachment para o Collor e aconteceu porque ele tinha cometido o crime de responsabilidade. Do Fernando Henrique Cardoso, a Câmara nem aceitou, a Câmara nem aceitou o pedido do impeachment. Portanto, morreu ali mesmo, né? Talvez porque não tivesse crime de responsabilidade”, disse.

O ex-presidente disse acreditar que o processo de impeachment contra Dilma só teve início por causa de uma “vingança” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “O presidente da Câmara ficou zangado, porque o PT não votou com ele na Comissão de Ética e ele resolveu se vingar do PT, tentando criar o impeachment da presidenta Dilma, o que eu acho um abuso muito grande neste momento político”, afirmou.

Lula também criticou a postura da imprensa em relação a Cunha, afirmando que os veículos de comunicação o tratam com “certa normalidade”. “O Eduardo Cunha não tem respeitabilidade, nem congressual, nem na sociedade, para fazer isso, mas acontece, às vezes até com uma certa proteção de determinados setores da mídia nacional, o que eu acho muito grave”, disse.

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