Quando desfilar na Marquês de Sapucaí no domingo, 26, caracterizada como índia em destaque na tribo dos povos do Xingu da Imperatriz Leopoldinense, Luiza Brunet estará comemorando três décadas de desfiles e deixará para trás um afastamento de cinco anos da escola. Musa inequívoca da Era Sambódromo – inaugurado em 1984 -, Luiza e seu samba discreto e gracioso deixaram saudade na plateia cativa da passarela do samba. Ela avisa: voltou para ficar.
“Sempre amei carnaval, passei a minha adolescência no subúrbio, berço do samba. Vivi o carnaval de rua. Tenho saudades da avenida esplendorosa”, diz a modelo e empresária, que, aos 54 anos, prefere não revelar de antemão se sua fantasia será ousada ou mais comportada.
“Vou sair em um lugar de destaque, representando uma guerreira indígena, a força da mulher, um cacique feminino”, resume, referindo-se ao enredo Xingu, O Clamor Que Vem da Floresta. Em 2012, seu último ano como rainha da Imperatriz, Luiza já havia aposentado o biquíni e saído em um vestidinho sem ousadia.
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Este ano, o convite da verde- e-branca foi especial. Ela vem de um ano conturbado, em que foi vítima de agressão do ex-companheiro, o empresário Lírio Parisotto, que está processando. As origens sul-mato-grossenses – nasceu na pequena Itaporã, a 200 quilômetros de Campo Grande – também fortaleceram o chamado à avenida.
“Ela é uma índia, tem sangue indígena. É um momento muito propício para voltar para a Imperatriz. Luiza se afastou em função do relacionamento dela, e estamos muito felizes com sua presença, como destaque de chão”, conta Wagner Araújo, diretor de carnaval da escola há 28 anos.
A modelo foi rainha da Imperatriz por 17 anos; na Portela, ficou por 11. Também teve passagem pela Beija-Flor. Ela já foi criticada pela pouca destreza ao sambar, mas acabou alçada ao panteão das rainhas de bateria inesquecíveis pela beleza, os movimentos elegantes e a deferência para com a bateria.
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Entre as rainhas de hoje, Luiza destaca Viviane Araújo, que é Salgueiro no Rio e, em São Paulo, Mancha Verde. “Ela é comprometida com a escola e a comunidade, sabe dominar. Eu a vi crescer na avenida. Além de ser querida, honesta e bela. Vivi, te amo! Em São Paulo, fiquei hipnotizada pela (apresentadora) Daniela Albuquerque: pura elegância e leveza. Sou fã.”
Madrinha. Luiza ressalta que o relacionamento com sua escola nunca desandou. “Entre mim e a diretoria nunca houve nenhum tipo de desconforto. Minha relação com todos sempre foi de carinho e respeito, como tem de ser.”
“A madrinha tem muitas funções que antecedem o carnaval. Não tinha disponibilidade para os compromissos, que são muitos, importantes e começam três meses antes do desfile. Tenho família e negócios e não consegui cumprir a agenda. Muitas vezes deixei de ir aos ensaios na quadra”, conta a musa, substituída pela atriz Cris Vianna. Ela avaliou como “irrecusável” o convite do presidente da Imperatriz, o contraventor Luizinho Drummond, e do carnavalesco Cahê Rodrigues.
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Na ausência de Luiza, chegou-se a cogitar que Yasmin Brunet, a filha modelo internacional, de 28 anos, poderia ser sua sucessora, mas… “Yasmin é tímida, todos os anos diz que vai sair. Espero de fato vê-la na avenida.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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