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Luciana Oliveira lança disco ‘Deusa do Rio Níger’

O fato do novo álbum de Luciana Oliveira ter o mesmo título da faixa de Elza Soares, lançada em 1974, não é uma coincidência – e como haveria de ser, né? É uma homenagem e culto à rainha da música que inspirou Luciana neste projeto.

Foi em uma audição despretensiosa do disco “Negra” de Elza que Luciana teve a ideia e passou a trabalhá-la e desenvolvê-la, mas ainda sem imaginar o quão grande se tornaria seu plano. “Sempre que ouvia essa música, eu pensava que poderia funcionar com uma pegada meio ska e rocksteady. A partir daí fui desenhando algumas idéias. Juntando músicas, ouvindo, pesquisando…”, conta Luciana sobre o inicio da produção de seu novo trabalho.

A ideia da cantora foi ministrada por Caê Rolfsen que teve papel fundamental na produção musical do disco.

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O álbum é aberto por “Lance”, faixa autoral e um soul com uma formação enxuta e uma letra que fala de entrega ao amor e ao momento. Esta foi a primeira canção a ser lançada, escolhida como prévia ao público e, como carta de apresentação do álbum, a mensagem é de amor e conexão com a verdade, exatamente como Luciana deseja que seja todo o trabalho.

”Deusa do Rio Níger”, faixa título, é uma regravação da faixa de Elza Soares, em uma versão mais rocksteady, exatamente como ela imaginou no começo.  A letra misteriosa faz uma referência a Oyá, “No final a gente vai ali pro Mali, traz referências de Multau Astaké, Tilahu Gessessé. É uma das músicas com maior instrumentação do disco”, conta a artista.

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Em seguida Neide Candolina. “Achei a releitura maravilhosa. Em todos os sentidos. Fico honradíssimo com a escolha dessa minha música por uma cantora tão boa. Principalmente me assombro com a coincidência de eu estar pensando muito nessa canção recentemente. Aí vem essa gravação deslumbrante, com Luciana cantando divinamente, num relaxamento perfeito, amparada por produção contemporânea, com a presença de Fióti, da lindíssima Xênia França. Isso me encantou e me animou a procurar mesmo o caminho composicional que ando buscando dentro de minha cabeça. Foi quase miraculoso, quase um caso de sincronicidade”, ressalta Caetano Veloso, compositor da faixa  que homenageou, em 1991, sua professora. Luciana, cantora, negra, mulher – e também educadora – identifica-se muito com a letra.

“O Tempo é Mais” tem uma música forte e autoral, composta em um momento difícil para Luciana. A faixa traz uma carga emocional tão forte e sincera que sua voz guia se tornou a versão do disco e comemora também a parceria entre a cantora e Eduardo Brechó, da Aláfia.

O álbum também conta com uma música de Luiz Melodia, “Veleiro Azul” que compõe o disco “Maravilhas Contemporâneas”. Ela abre alas para “Bora Pra Praia”, despojada e desconstruída com uma vibe mais conceitual. Nela, Luciana se deu a liberdade de falar quase em tom de brincadeira sobre a ida para praia e postergação de compromissos em referências de dancehall e funk.

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“O Mar e Amar” fecha o disco com uma participação de Guilherme Arantes e transmite a natureza calma, “Essa música parece que  tem o meu ritmo interno. Quando canto me sinto em casa e completamente dentro de mim”, confessa.

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