Florisvaldo de Melo Rocha tinha 6 anos de idade quando uma professora, alta e forte, na descrição dele, pegava-o no colo toda vez que chegava na porta da escola. A atitude da educadora lhe rendeu o apelido de “bonitinho da professora”. A fama, batizada pelos colegas de classe da época, perdura até hoje, mesmo aos 92 anos. Seu Rocha, ou Bonitinho, nasceu em Ramiz Galvão, município de Rio Pardo, nos anos 1930. Era o mais velho de seis irmãos e o único ainda vivo, filhos de seu Teodomiro e dona Petrolínea.
Na Cidade Histórica, despertou a paixão pelo futebol e foi onde jogou por três clubes quando adolescente, o Fortaleza, o Operário e o Couto. A notícia de seu sucesso nos gramados chegou a Santa Cruz do Sul, e aos 17 anos, em 1949, foram buscá-lo para mostrar seu talento em terras germânicas. “Foi difícil no início. Aqui, quem não falava alemão estava perdido, tive que fazer umas aulas para aprender a me virar”, brinca.
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Mesmo dominando poucas palavras em deutsch, que ele conquistou o coração de uma alemoa. Com fama de bom conquistador nos bailes da época, o Bonitinho dos gramados acabou levando para o altar a senhorita Ellen Vogt, hoje com 89 anos, e com quem está casado há 67 anos. Tem quatro filhos com ela.
Nas lembranças de sua trajetória no futebol, duas não saem de sua memória. Atuou por quatro anos no Esporte Clube Avenida, nos anos 1950, e um ano no Futebol Clube Santa Cruz, sempre com a camisa 8, o meia-direita na época. No Periquito, lembra de colegas da camisa verde como Detefon e Câmara. “Quando saí do Avenida e fui pro Galo, muitos ficaram magoados comigo, mas minha paixão era o futebol”, conta. Também teve rápida passagem pelo Grêmio, de Porto Alegre, mas optou por retornar a Santa Cruz e priorizar os estudos. Trabalhou por 32 anos no Banco do Rio Grande do Sul e aposentou-se muito jovem, com pouco mais de 50 anos.
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Com uma memória impecável, cita jogadores da época como o quarteto avançado do Internacional – Tesourinha, Motorzinho, Adãozinho e Carlitos – no time chamado de Rolo Compressor. Bonitinho mantém o hábito de ler dois jornais por dia e consome frutas diariamente. Inclusive, antes de Ellen sair de casa, vem sempre a recomendação: não esquece de comprar banana.
O projeto Longevidade é uma parceria entre Gazeta do Sul e Secretaria de Relações Institucionais e Esporte, da Prefeitura de Santa Cruz. Quem quiser sugerir histórias semelhantes pode contatar pelo WhatsApp (51) 9 8443 0312 ou [email protected]
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