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SANTA CRUZ

Lojistas avaliam adaptação às regras de prevenção da Covid-19

Foto: Rodrigo Nascimento

Nesta quarta-feira, 20, completa-se um mês desde que o comércio de rua reabriu suas portas em Santa Cruz do Sul. Neste período – localizado entre o pós-Páscoa e o Dia das Mães –, lojistas se reinventaram e ainda medem a dimensão da crise iniciada com a pandemia do novo coronavírus. Criatividade e mudanças de hábito marcam este período dentro e fora das lojas.

Na loja Reggla, no Centro, há um mês os provadores se transformaram em parte do estoque. A subgerente da loja, Dóris Goes, explica que todos estão se acostumando ao novo sistema. De acordo com ela, a impossibilidade de deixar o cliente experimentar roupas criou dois novos hábitos. “Nós estamos oferecendo o sistema condicional. Para clientes do crediário, é possível levar as peças para casa, experimentar e, após, efetivar a venda”, conta.


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Segundo ela, quando o cliente volta sempre compra mais, o que é visto como positivo. Já as peças que são devolvidas ao estoque passam por um processo de higienização, em vapor de água e álcool. “Estas roupas ainda ficam descansando em um ambiente arejado durante um dia. Só depois voltam para os expositores”, explica Dóris.

O outro hábito diz respeito às trocas. O cliente que não leva peças em condicional e compra na loja tem o direito de trocar mais vezes o produto. “Podemos realizar até três trocas. Foi a forma que encontramos de viabilizar o atendimento da melhor maneira”, salienta.

A subgerente diz que o mês de vendas pós-fechamento das lojas está sendo acima do esperado. “Lógico que estamos vendendo menos no mês de maio neste ano. Mas estamos, sim, conseguindo fechar negócios e superar a dificuldade”, ressalta Dóris.

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Para a consumidora Rosilda Noronha Dias, a venda condicional é a ideal. De acordo com ela, provar roupas na loja é anti-higiênico. “Eu prefiro mesmo experimentar em casa, e o que fica bom eu compro. O restante eu devolvo”, ensina a dona de casa.

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Uma hora a mais tem aprovação

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A nova edição do Decreto Municipal de Calamidade Pública de Santa Cruz do Sul, em vigor desde segunda-feira, prevê o funcionamento do comércio até as 18 horas. O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz do Sul, Ricardo Bartz, avalia a nova regra como positiva. “Na medida que ampliamos o horário, as pessoas terão mais tempo para ir aos estabelecimentos e, com isso, vamos evitar filas. Acredito que as demais medidas não tenham vindo para dificultar ou piorar; classifico-as como positivas”, frisa.

A proibição do uso de provadores, assim como a adoção de outras ações para evitar a propagação do vírus, segue mantida. “As pessoas têm de entender que estamos vivendo um momento atípico. E que é melhor atendermos desta maneira do que estarmos completamente fechados”, explica Ricardo Bartz.

Ele conta que a entidade quer medir o impacto do novo modelo de vendas por meio de uma sondagem com lojistas. Explica que pesquisa sobre as vendas no período do Dia Das Mães, que está ativa junto aos sócios e lojistas, foi finalizada na segunda. Os resultados devem ser divulgados nesta quarta-feira, 20.

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Na Eny, o consumidor leva para provar apenas o pé direito do calçado | Foto: Rodrigo Nascimento

Pela volta dos provadores

Na loja de calçados Eny, no Centro, a venda está prejudicada pela impossibilidade de provar tênis, botas e sapatos. A gerente Thaís Gais conta que a venda está baixa no mês de maio e uma das explicações pode ser a dificuldade dos clientes em provar os calçados. Quem entra na loja procurando um tênis, por exemplo, leva para casa apenas o pé direito, para experimentar. “Contabilizamos metade da venda do ano passado. O cliente entra na loja e pergunta se pode provar. Quando sabe que não pode, sai sem levar nada”, lamenta.

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A mesma reclamação é compartilhada pelas vendedoras da Loja Ventury, também no Centro. A balconista Leci Weisheimer diz que em 11 anos de loja jamais tinha ficado dois dias sem emitir uma única nota fiscal. O fato ocorreu agora, na reabertura das lojas. “O cliente está descontente porque não pode provar”, aponta.

A operadora de caixa da Ventury, Angelita Henn, sugere que os espaços sejam reabertos e que lojistas sejam responsabilizados pela higienização após cada prova. “O não uso de provadores prejudica a venda de roupas e de calçados. Defendemos que eles sejam utilizados”, acrescenta.

Colaborou a jornalista Rosibel Fagundes

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