Tenho plena consciência que a situação está difícil nos últimos dias. Há duas semanas estamos respeitando o lockdown imposto pelo governador Eduardo Leite. O número de infectados pelo vírus aumentou no Rio Grande do Sul.
Será que essa imposição é sensata? Ou as pessoas teriam que ter o bom senso de cuidarem de si mesmos para não infectarem os demais? Se cada um fizer seu papel, individualmente, o controle do contágio será melhor, respeitando as recomendações das autoridades. Válido para todos. Os jovens devem evitar as aglomerações e as festinhas clandestinas.
O desemprego já era uma realidade no País. Agravou-se com a quebradeira das empresas. É uma situação anormal. Estamos há um ano sofrendo com essa Covid-19, com milhares de pessoas mortas e os familiares sofrendo com a perda de entes queridos. O governo já distribuiu bilhões de reais àqueles que vivem na miséria. Está previsto mais um lote até o fim deste mês.
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As crianças também estão sofrendo com as consequências do vírus. O fechamento das escolas infantis não permite que as crianças interajam com seus coleguinhas. Um dos meus netos, Enzo, é um exemplo. Mora com seus pais em apartamento. Tinha a praça central para correr e brincar. Gostava de se divertir nos brinquedos. Estão todos interditados para o uso. Também está proibido sentar-se nos bancos. Como alternativa, os pais levam o menino para outras casas, que têm pátio e crianças para brincar.
Li na Gazeta que a Guarda Municipal está fiscalizando os locais públicos, evitando as aglomerações e a circulação e as práticas esportivas. Flagraram alguns guris jogando bola no campinho do bairro. Os guardas solicitaram que parassem. Um dos pais alegou que foi buscar seu filho. Houve uma discussão entre o pai e a força pública. Em determinado momento, saiu correndo para a casa. Foi perseguido pela guarda e atingido com um tiro de arma de choque, que deve ser dolorido.
Enquanto estamos confinados, os meliantes estão agindo na calada da noite. Quando as pessoas estão dormindo, agem sem pudor. Os moradores relatam que o Bairro Goiás está sendo atacado. Os larápios não querem saber de lockdown. Continuam roubando para satisfazer seus vícios ou vender o produto do seu roubo para algum receptador que trabalha com as portas fechadas.
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Um taxista que trabalha à noite a fim de levar dinheiro para sustentar sua família foi assaltado. Levaram R$ 300,00 e o prenderam no porta-malas do carro. Ouviu conversas de manhã e pediu socorro. Livre, graças a Deus, sem dinheiro e com um trauma para carregar na vida.
São poucos exemplos que citei nesta crônica, porém a crise não acontece para todos os trabalhadores no Brasil. Há aqueles que não perdem empregos e jamais terão algum problema financeiro no fim de cada mês. Os trabalhadores públicos.
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