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Lobos solitários

Atentados em creche e escola. “Lobo solitário” ou não, em seu estado emocional, em seu (des) entendimento, o autor não mata alguém, mas sim elimina um estado de espírito íntimo, uma imagem, uma lembrança incômoda e depressiva que o acompanha. Ele está doente!

Planejados ou não, é possível deduzir que os atentados possam ser uma consequência da não adaptação pessoal (do autor) às delicadas circunstâncias históricas e sociais em curso.

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Logo, é um fenômeno de consequências graves e que vai se repetir e perdurar, e, possivelmente, sem que saibamos com precisão sua motivação, se política (de algum grupo), ou desespero pessoal (de um indivíduo).

Nesse sentido, importa admitir a hipótese de influência das notícias de outros e anteriores atentados, no ânimo e deliberação (de cometer) do próximo e potencial atentado.

Se verdadeira hipótese, seria razão e motivação suficientes para as autoridades e a sociedade minimizarem a divulgação de autoria e circunstâncias, negando-lhe publicidade (ao autor).

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Perguntas. Atentados seriam reflexos negativos das redes sociais, de interações fúteis e reveladoras dos estados de pobreza cultural, carências de esperança e sobrevivência material? Os lobos solitários seriam pessoas socialmente desintegradas, “sem futuro” e contaminadas por frustrações, e advindos de famílias em crise?

Jovens – crise, meio e linguagem

Em 15 de março de 2008, publiquei o texto abaixo na Gazeta do Sul. Direta e indiretamente, guarda relação com o momento que estamos vivenciando. Reproduzo algumas partes.

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“Objetivamente, os jovens estão influenciados pelo discurso sociopolítico dominante, pós-globalizado, individualista e hiper-competitivo. Sua visão, compreensão e ação estão relacionados a desejos de consumo, manifestações de audácia e emoção. Não é exclusividade brasileira.

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Vigora um estado de perplexidade. Também importa compreender que não há uma só juventude, mas várias juventudes. Afinal, todos os dias surgem novos grupos e práticas, novas crenças, valores e possibilidades.

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Tocante às políticas públicas, se avançamos socialmente com o Estatuto da Criança e do Adolescente, o mesmo foco e dedicação ainda não ocorreram na faixa etária seguinte.

Não à toa, pesquisas indicam que trata-se da geração nem-nem, nem estuda, nem trabalha. Estão carentes de caminhos e alternativas de inserção e reconhecimento social. São milhões, com idade entre 18 e 24 anos!

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E para agravar o quadro, há uma crise aberta em torno da comunicação entre as gerações. As diferenças estão nos códigos de linguagem e comportamento, senso estético e cultural, valores morais e éticos. Fungíveis e transitórios!”

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