Livros de Paulo Coelho foram confiscados na Líbia, como parte de uma ofensiva por parte de grupos extremistas dentro do próprio governo contra o que chamam de “invasão cultural” do Ocidente e “tendências pervertidas”. Pelas redes sociais, o brasileiro anunciou que “não podia ficar sentando vendo seus livros serem queimados” e prometeu acionar a embaixada do País em Trípoli para avaliar o caso.
A descoberta da queima dos livros foi de escritores, artistas e intelectuais líbios que alertaram que a prefeitura da cidade de Al Marj passou a confiscar as obras de Coelho e de outros escritores, como Dan Brown, Friedrich Nietzsche e Naguib Mahfuz, sob o pretexto de serem “eróticos”, que promovem o “secularismo” e contrários ao Islã.
Vivendo um caos desde a queda de Muanmar Kadafi, a Líbia passou a ser um dos principais terrenos da batalha entre extremistas e grupos moderados que, durante a revolta há quatro anos, pediam mais democracia.
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Num vídeo difundido nas redes sociais, policiais de Al Marj explicaram o confisco e publicaram fotos de um caminhão sendo carregado com os livros. Eles atacam o que acreditam ser uma “invasão cultural” por meio de livros que tratam não apenas de temas eróticos, mas também promovendo “bruxaria” e o “cristianismo”.
As autoridades da cidade, controlada pelo Exército Nacional Líbio – ainda atacam a promoção de “ideias xiitas”. Num comunicado, escritores líbios como Azza Maghur, Idriss Al Tayeb e Radhuan Bushwisha denunciaram a destruição dos livros. Para eles, “seja qual for o pretexto, trata-se de uma tentativa de amordaçar as vozes e confiscar a liberdade de opinião e pensamento”.
Autoridades de outras regiões da Líbia também criticaram o confisco. “Essa é uma violação à liberdade”, disse Khalid Najim, chefe da Autoridade Cultural de Al Thanni.
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