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Livro resgata o legado político de Siegfried Heuser

O santa-cruzense Siegfried Emanuel Heuser, que em sua cidade natal dá nome a uma praça central, foi quatro vezes deputado estadual, e atuou como secretário da Fazenda e da Economia a convite de Leonel Brizola

Em sua terra natal, ele empresta o nome a uma das mais frequentadas praças da área central, anexa ao Centro de Cultura Jornalista Francisco José Frantz, a antiga Estação Férrea. Mas as gerações atuais talvez nem sempre tenham presente a importância do legado de um dos mais influentes políticos da região no ambiente do poder público estadual em meados do século 20 e por quase quatro décadas, até seu falecimento, em 1986.

A trajetória política de Siegfried Emanuel Heuser (1950-1986), de Gustavo Henrique Kunsler Guimarães. Passo Fundo: Acervus, 2020. 276 p.

Pesquisa que resultou em dissertação de mestrado em História na Universidade de Passo Fundo ocupou-se de recuperar as contribuições do santa-cruzense Siegfried Heuser. O resultado foi transformado em livro: A trajetória política de Siegfried Emanuel Heuser (1950-1986), do rio-pardense Gustavo Henrique Kunsler Guimarães, saiu pela Acervus, de Passo Fundo, em 2020, com 276 páginas.

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Heuser esteve no palco da política em um dos mais conturbados períodos da história gaúcha e nacional. Nascido em 22 de outubro de 1921, em prédio na Avenida João Pessoa, 801, era filho de Emmanuel Heuser e Ida Stumm Heuser. Depois dos estudos iniciais no Colégio Mauá, graduou-se em Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em 1943, ainda bastante jovem. Casou-se com Ermengarda Bueno, e com ela teve os filhos Daniel, Adalberto, Jorge, Renato e Carla. Quando enviuvou, casou-se uma segunda vez, com Alice Simon, irmã de Pedro Jorge Simon, ex-governador do Estado e ex-senador.

Logo após a formatura em Economia, Heuser ingressou no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), e pela legenda elegeu-se quatro vezes deputado estadual: em 1950, 1954, 1958 e 1962. A partir do vínculo com Santa Cruz, foi um defensor dos pequenos agricultores, em especial dos produtores de tabaco, e de demandas da comunidade regional.

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Na terceira legislatura, a convite do então governador Leonel Brizola, ocupou o cargo de secretário da Fazenda e ainda da Economia, liderando a criação da Caixa Econômica Federal e também a emissão de letras do tesouro, para recuperar as combalidas finanças do Estado. Apoiou a construção das brizoletas, as escolas de madeira erguidas em todas as regiões gaúchas. Brevemente, chegou a assumir o governo do Estado, interinamente, em 28 de dezembro de 1959, por ocasião de viagem de Brizola e de outros líderes estaduais a Brasília.

Testemunhou a renúncia do presidente Jânio Quadros, em 1961, e o movimento da Legalidade, liderado por Brizola, para assegurar a posse do vice, João Goulart. Com a revolução e a decretação do regime militar, em 1964, seguido do fechamento dos partidos, Heuser passou a integrar o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), a oposição admitida pela situação, esta aglutinada em torno da Aliança Renovadora Nacional (Arena).

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Mais do que integrar o MDB, presidiu a sigla entre 1964 e 1969, quando teve os direitos políticos cassados. Só os recuperou dez anos depois, em 1979, com a anistia que prenunciou a abertura democrática em meados dos anos 1980. Novamente de posse dos direitos políticos, optou por seguir no PMDB, como vice-presidente, de 1980 a 1982. Ainda idealizou a Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp).

Faleceu em virtude de um ataque cardíaco fulminante, em 29 de março de 1986, quando participava de um concurso de pesca no Chile. No Estado, é homenageado também no nome da Fundação de Economia e Estatística (FEE). Edições daquele período da Gazeta do Sul (e da Gazeta de Santa Cruz, nome que o jornal tivera antes) foram fonte constante de Kunsler Guimarães na elaboração de seu trabalho, como registro da atuação e da trajetória de Heuser.

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