O circuito de lançamento do livro O Mar de Dentro no Continente de São Pedro – A importância da hidrovia na povoação e desenvolvimento do Rio Grande do Sul, de Luiz Reni Coutinho Marques, começa nesta segunda-feira. A primeira sessão de autógrafos ocorrerá na cidade histórica de Rio Pardo, das 17 às 19 horas, no Centro Regional de Cultura.
As obras impressas não estarão à venda. Elas serão distribuídas gratuitamente durante a sessão e também encaminhadas para escolas públicas, universidades, museus, bibliotecas, arquivos e outras instituições, servindo de fonte de consulta e pesquisa, bem como serão instrumentos de valorização da hidrovia gaúcha. Além dos livros convencionais, a iniciativa de democratização do acesso ao livro resultou em exemplares no formato audiodescritivo, que também serão distribuídos a escolas e centros especializados voltados para estudantes com deficiência visual.
O Mar de Dentro no Continente de São Pedro foi aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura, do governo federal, devido a sua importância histórica, econômica e cultural. Atraiu o patrocínio do Grupo Wilson Sons, a maior operadora integrada de logística portuária e marítima do Brasil. A obra contou com a produção de Lisboa e Rocha Consultoria, empresa especializada em projetos esportivos, sociais e culturais através das Leis de Incentivo ao Esporte e Cultura, e teve a realização da Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo.
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O lançamento também ocorrerá em Estrela, na próxima terça-feira, a partir das 19h30, no Estrela Palace Hotel. Em Rio Grande e Porto Alegre, os dias e lugares ainda serão confirmados. Os interessados em receber em casa, gratuitamente, um exemplar do livro O Mar de Dentro no Continente de São Pedro – A importância da hidrovia na povoação e desenvolvimento do Rio Grande do Sul poderão enviar nome e endereço completo para o e-mail [email protected], solicitando a obra pelo Correio.
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Obra detalha a trajetória do modal de transporte aquaviário
O Mar de Dentro no Continente de São Pedro é um livro sobre a trajetória do modal de transporte aquaviário. Aborda desde seu início, no século 18, com a chegada dos exploradores europeus, passando pelo apogeu entre o reinado de Dom Pedro II e a primeira década após o fim da Segunda Guerra Mundial, a decadência provocada pela consolidação das ferrovias e, especialmente, com a opção pelas estradas de rodagem, até a retomada de sua utilização nos últimos anos, a partir de investimentos em novos terminais, equipamentos e embarcações modernas.
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A história perpassa mais de 300 anos narrando desbravamentos, conquistas, guerras, paz, sofrimentos e sacrifícios de toda espécie. Segundo o jornalista Marcelo Villas-Bôas, “talvez O Mar de Dentro tenha a têmpera dos aços fortes com que foram moldados os gaúchos ao longo desses últimos séculos. Ou seria apenas a força e a determinação de gente que precisa lutar para conquistar seu canto no mundo? Não sei, mas o leitor, seguramente, poderá responder por que aqui, neste canto do mundo, nossa história passou por água. Muitas águas.”
O objetivo do livro é mostrar principalmente a estudantes, mas também a professores e outros profissionais, a dádiva da natureza que é ter um verdadeiro mar interior para fomentar o crescimento econômico, usando um sistema de escoamento de pessoas e cargas eficiente, seguro e sustentável. Um instrumento que busca mostrar o potencial desse manancial de águas para, quem sabe um dia, aconteça no Rio Grande do Sul o mesmo que em outras regiões do mundo, onde rios e lagos são festejados pelas populações como as que vivem às margens das bacias do Reno, na Europa, e do Mississipi, na América do Norte, conscientes do papel que essas hidrovias têm para a sua riqueza e qualidade de vida.
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O processo envolveu entrevistas e pesquisas em museus, arquivos, bibliotecas e outras instituições, viagens a cerca de 20 localidades da região banhada pelas águas do Canal de Rio Grande, as lagoas Mirim e dos Patos e o vale do Rio Jacuí e seus afluentes. Os resquícios do passado foram verificados em antigos portos, trapiches, armazéns e navios hoje em ruínas, guardadas apenas na memória de moradores ribeirinhos ou de descendentes de gente que ganhou a vida a bordo de veleiros, vapores e gasolinas, ajudando a construir a economia e a cultura do povo gaúcho.
O roteiro abrangeu cidades como Chuí, Santa Vitória do Palmar, Rio Grande, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes, Barra do Ribeiro, Guaíba, Porto Alegre, Triunfo, Taquari, Rio Pardo, Cachoeira do Sul, Estrela e Bom Retiro do Sul. A maior parte desse roteiro contou com a companhia do fotógrafo Emílio Pedroso, com mais de 30 anos de atuação nos jornais O Interior e Zero Hora, pelos quais vasculhou as terras do “Continente de São Pedro” e construiu uma sólida relação com os movimentos de valorização das coisas rio-grandenses e que contribuíram para esse trabalho.
Sobre o autor
Luiz Reni Coutinho Marques nasceu em Porto Alegre, em 1954. Estudou Direito e História, respectivamente na PUCRS e Ufrgs, sem concluir. Formado em Jornalismo, atuou em jornais e revistas como Zero Hora, Senhor, IstoÉ, Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo. Foi correspondente freelancer da agência Reuters, assessor de imprensa da Câmara dos Deputados durante a Assembleia Nacional Constituinte e professor de Redação Jornalística na Famecos, da PUCRS. Publicou os romances Noite longa demais e O último concerto de jazz. Ganhou diversos prêmios jornalísticos.
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