Mais do que a compilação de fatos ou de acontecimentos, a história é o resultado da ação de personagens. E foi para dimensionar os cidadãos de carne e osso que estiveram diretamente implicados na construção do que, na atualidade, constitui a nação alemã que o jornalista e escritor Felipe Kuhn Braun dedicou-se a uma pesquisa a fim de identificar as etapas mais relevantes ao longo dos séculos.
Seu livro História do povo alemão: do Sacro Império às Guerras Napoleônicas compila as “estações” desse percurso que resultou na moderna Alemanha.
A obra, lançada em 2021 pela editora Oikos, de São Leopoldo, é uma importante e oportuna leitura preparatória para todos os que desejam entender melhor o ambiente de origem dos pioneiros alemães que vieram colonizar inúmeras regiões do Sul do Brasil. Na iminência das comemorações dos 200 anos desde a implantação das primeiras colônias no Rio Grande do Sul, Braun tem se empenhado em sistematizar informações também sobre várias localidades gaúchas.
Na última terça-feira, Felipe, que mora em Novo Hamburgo, onde também é vereador, visitou Santa Cruz do Sul. Na oportunidade, concedeu entrevista ao vivo à comunicadora Aline Silva, no programa Rede Social, da Rádio Gazeta FM 107,9, e também à jornalista Carina Weber, no programa Gazeta Notícias, em vídeo, no Portal Gaz. Conversou ainda com profissionais da Redação Integrada da Gazeta e apresentou seus novos projetos.
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Um deles é uma obra já no prelo, o livro História de São Sebastião do Caí, o antigo Porto dos Guimarães, a ser lançado no começo do segundo semestre pela ZMulti Editora. É o 28o título do autor, nesse caso elaborado em conjunto com o historiador Sandro Blume. A parceria entre ambos já rendeu diversas contribuições para os estudos e o entendimento sobre a imigração no Estado.
Além deste, outro no prelo, pela mesma editora, é História de Estância Velha: dos povos originários até o desenvolvimento pós-emancipação, nesse caso de sua exclusiva autoria, seu 29o livro, igualmente a chegar no segundo semestre. E ainda até o final do ano um terceiro está previsto, este dedicado a Sapiranga.
Em relação a São Sebastião do Caí, esse município emancipou-se de São Leopoldo, a pioneira colônia alemã no Brasil. Por sua vez, de Caí independeram-se Caxias do Sul, Nova Petrópolis, Bom Princípio, Feliz e Portão, entre outros. Além disso, localidades hoje também autônomas, como Nova Santa Rita, Tupandi ou Picada Café, antes integravam o território de Caí. São mais páginas valiosas que ajudam a contar a história dos alemães e de seus descendentes no Brasil.
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Personagens que deram feições à nação
Em seu livro História do povo alemão, Felipe Kuhn Braun detalha momentos que foram cruciais na formatação daquilo que se poderia denominar de identidade germânica. Começa por Carlos Magno, o primeiro a buscar agrupar o território no qual a Alemanha como a conhecemos se definiria. Mas outros personagens foram agentes de transformação: é o caso de Johannes Guttenberg, que, por volta de 1450, inventou a pensa, viabilizando a reprodução massiva de textos. Foi essa invenção que, pouco mais de meio século depois, também animou Martinho Lutero a traduzir a Bíblia do latim para o alemão. Os fiéis agora poderiam ler a palavra de Deus e buscar interpretá-la por conta própria, num formidável salto em favor do esclarecimento das populações, no que se dedicou com afinco ao lado da esposa, Catarina von Bora.
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Ficha
HISTÓRIA DO POVO ALEMÃO, de Felipe Kuhn Braun. Bilíngue, português e inglês. São Leopoldo: Oikos, 2021. 152 p. R$ 60,00.
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