Duas circunstâncias de forte apelo junto à comunidade regional motivam celebrações em 2024: os 200 anos desde o começo da imigração alemã no Rio Grande do Sul, que transcorrem em 25 de julho, remetendo a 1824, quando os primeiros colonos chegaram à atual São Leopoldo; e os 175 anos desde a chegada dos pioneiros germânicos na Colônia de Santa Cruz, em 19 de dezembro de 1849. Mas a estas agora se une uma terceira, em realidade local: os 150 anos de implantação do primeiro cemitério evangélico comunitário em Alto Linha Santa Cruz, em 1874.
E este último acontecimento motiva um projeto especial: neste domingo, 21, a partir das 9h30, será lançado o livro Primeiro cemitério evangélico comunitário de Santa Cruz do Sul. Quem tomou a si a tarefa de pesquisa e de elaboração da obra foram os pastores Elio Scheffler e Regene Lamb, que atuaram junto à comunidade entre 2011 e 2018 e atualmente residem no interior de Venâncio Aires. Eles tiveram a colaboração de Claudio Kistenmacher, Rogério Harz e Rosane Niedersberg no processo de levantamento de dados e de materiais.
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A iniciativa foi da Associação Cultural, Recreativa, Esportiva e Social (Acres) da Juventude Evangélica de Alto Linha Santa Cruz (Jealisc). A partir da concretização do livro, toda a região da área em que se instalaram os primeiros imigrantes alemães, em meados do século 19, passa a contar com um documento que fixa as contribuições dos pioneiros. É um valioso repositário de memória, permitindo identificar as famílias que começaram a desbravar e a escrever a história de toda a região que inicialmente compreendia a Colônia de Santa Cruz.
A importância do cemitério evangélico comunitário de Alto Linha Santa Cruz sempre esteve evidenciada na realidade social e cultural de toda a região compreendida pela antiga colônia alemã. Afinal, ali estão sepultados em grande maioria pioneiros que atravessaram o Oceano Atlântico para iniciar uma vida nova no Sul do Brasil, bem como seus descendentes das primeiras gerações.
Se o local atraía com regularidade visitantes e pesquisadores sobre colonização alemã, o reconhecimento pleno da necessidade de sua preservação aconteceu através da Lei no 6.044, de 28 de setembro de 2010, de autoria do então vereador Nasário Eliseu Bohnen, que declarou o campo santo Patrimônio Histórico do Município de Santa Cruz do Sul.
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Em paralelo, mereceu esforços de recuperação e manutenção dos espaços e de cuidados gerais e limpeza, liderados pela Juventude Evangélica de Alto Linha Santa Cruz (Jealisc). A Associação Cultural, Recreativa, Esportiva e Social (Acres) dessa entidade atualmente é presidida por Rogério Harz, que, ao lado de Claudio Kistenmacher, membro fundador e primeiro presidente da Jealisc, mobilizaram-se no sentido de ajudar na concretização do livro a ser lançado neste domingo.
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A obra resgata a própria história da Colônia de Santa Cruz, a partir da chegada dos pioneiros, em 19 de dezembro de 1849. Como os evangélicos eram maioria entre esses colonos, já em 1855 criaram a primeira comunidade escolar religiosa evangélica, embora, por ausência de registros, não se tenha o nome dos que a fundaram.
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O governo provincial havia ofertado um terreno para o erguimento de um prédio com essa finalidade, mas ele ficava na Querpikade, atual Linha Travessa. Uma vez que ficava distante de onde residia a maioria dos evangélicos, estes abriram mão dessa área e iniciaram a construção em terreno doado por Christoph Bender, no mesmo local onde se encontra a atual igreja.
A primeira capela foi concluída em 1858. Nesse período, os sepultamentos ocorriam em cemitérios familiares nas propriedades dos diversos colonos. Mas, finalmente, houve a decisão da comunidade de criar um espaço comunitário, dos evangélicos, o que se efetivou em 1874.
A importância de todo esse legado é evidenciada, no livro, em apresentação assinada pela santa-cruzense Silvia Beatrice Genz, pastora presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), que tem em Alto Linha Santa Cruz a sua comunidade de origem. Silvia inclusive prestigiará a cerimônia do lançamento do livro neste domingo.
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O volume traz também a transcrição de uma carta enviada por uma imigrante, Maria Elizabeth Bender, em 16 de dezembro de 1851, dois anos decorridos da chegada dos pioneiros, a seu filho, na Alemanha. Na missiva, descreve o estado da colônia naquele momento, enfatizando que o clima é “muito saudável”, e incentiva os parentes: “Quando vocês vierem, venham logo para Linha Santa Cruz”.
Ao lado da recuperação da história do próprio cemitério, bem como da igreja, da escola e outras iniciativas comunitárias, o livro traz em destaque, como registro para a posteridade, os textos completos das lápides. Originalmente em sua ampla maioria em língua alemã, no volume eles foram traduzidos, propiciando a descendentes acesso a mensagens e epitáfios selecionados pelos antepassados. A esse conteúdo se aliam os registros dos livros eclesiásticos.
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Mais do que compartilhar essas informações de cunho histórico ou cultura, o livro agrega uma ampla gama de fotos, tanto das lápides quanto do ambiente mais amplo do cemitério, bem como dos demais espaços relacionados com a comunidade evangélica. Ao final, vem o registro de que muitas autoridades têm visitado esse local, a exemplo do cônsul-geral da Alemanha em Porto Alegre, Marc Bogdahn, em 20 de outubro de 2023.
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