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Literatura e autoestima na Emef Bom Jesus

Acomodados em cadeiras ou mesmo no chão, os alunos do projeto Mais Educação, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Bom Jesus, quase não piscavam. Atentos às explanações do quadrinista santa-cruzense Márcio Meyer, descobriram, na tarde de ontem, como se dá o processo para fazer um livro com ilustrações. Também se encantaram com o personagem Edi, figura central das obras do autor e que levanta mensagens como a importância da leitura para que o ser humano aprenda a tomar as próprias decisões. A atividade, que fez parte da primeira Mostra Cultural, segue até quinta-feira e envolve os estudantes em atividades como teatro, dança, contação de histórias, palestras e dinâmicas de grupo.

Conforme uma das professoras envolvidas no projeto, Nara Allgayer, a ideia do evento é proporcionar momentos de imaginação. Não foi à toa que as educadoras já de manhã cedo organizaram intervenções nas salas de aula trajadas com perucas coloridas. “Viemos de um país distante. Tudo aqui é diferente. Me conte: o que você acha desse mundo?”, encenava Nara na tentativa de trazer um pouco de magia à rotina dos estudantes.

A autoestima também estará no centro das atenções, já que além de participarem de uma palestra sobre o tema com a acadêmica de psicologia Janaíra Perres, os alunos terão a oportunidade de mostrar os trabalhos realizados desde o início do projeto na escola, em abril. “É uma forma de valorizar o empenho que eles têm ao integrar o Mais Educação no contraturno da escola”, diz a professora Ligia Margaret Hertzer. Entre os trabalhos que chamam a atenção está a mostra Clicando o Mundo. Trata-se de uma exposição em que os alunos foram desafiados a fotografar, desenhar e, posteriormente, fazer poemas sobre espaços localizados no bairro onde residem. O tema suicídio também será levantado em alusão ao setembro amarelo.

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Bastidores dos quadrinhos

“Eu tirei um sonho da gaveta”, diz o quadrinista Márcio Meyer, 38 anos, à garotada quando apresenta os livros da coleção Edi Mania. Em sua fala, que procurou incentivar os pequenos a apostarem nos seus talentos, o autor detalhou os bastidores de produzir uma tira de quadrinhos e como faz para conciliar o trabalho como publicitário e projetos paralelos à frente do personagem. “Eu sempre gostei de desenhar, mas havia ‘abandonado’ o Edi. Foi em 2013 que me redescobri e agora vivo um momento de profissionalizar o que por muito tempo ficou esquecido: o amor pelo desenho.”

Empolgadas, as turmas perguntaram sobre o tempo para produzir uma obra e os detalhes na hora de finalizar o desenho dos personagens. Entre os que escutaram atentamente o quadrinista estava o trio Rodrigo dos Santos, 10 anos, Caleb Rodrigues da Silva, 11, e Vitor Gabriel de Jesus, 10. “É legal porque a gente vê como ele precisa ser criativo para desenhar e escrever”, diz Caleb. Os pequenos também lembraram de seus livros em quadrinhos favoritos – Diário de um Banana e o clássico Turma da Mônica – e ficaram felizes por estarem tão próximos de um autor na própria escola.

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A Mostra Cultural também é aberta aos pais dos alunos envolvidos no projeto.

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