Língua é mais do que um meio de comunicação. Língua é espelho de cultura, de tradições, e de modos de entender e viver a vida. Ela faz parte da identidade dos falantes e é partícipe da identidade de um lugar. Língua promove conexão com o passado, com a história da região e com a dos falantes. Ela promove pontes com outros lugares e pessoas. Língua é meio de promoção de desenvolvimento pessoal e coletivo.
Língua é sustentáculo de cultura. A cada língua que perece, sucumbe todo o mundo cultural por ela alimentado. Do mesmo modo como é péssimo para o planeta quando uma espécie animal ou vegetal é extinta, também é péssimo para a diversidade cultural do planeta quando uma língua morre. Assim como espécies de plantas e animais ameaçadas de extinção precisam ser colocadas sob proteção, línguas precisam de proteção. Se não o fizermos, haverá um empobrecimento tanto da vida natural quanto da cultural do mundo em que vivemos.
Neste sentido, foi fixado já em 1999, pela Unesco, o dia 21 de fevereiro como dia mundial da língua materna. Com esta medida, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura objetiva a promoção das línguas, como marca da identidade cultural dos falantes e, também, por ser o plurilinguismo fundamental para entendimento mútuo e o respeito ao diferente.
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Também o Rio Grande do Sul está despertando para a importância da preservação da diversidade linguística e cultural existente no Estado. A Assembleia Legislativa, na primeira sessão plenária de 2022, aprovou por unanimidade o projeto do deputado Elton Weber (PSB). Por esta deliberação, a importância da preservação das diversas línguas e culturas existentes em nosso Estado passa a ser oficialmente reconhecida e considerada “de relevante interesse cultural do Rio Grande do Sul”. Nesse sentido, foi instituído o dia 21 de fevereiro para anualmente ser celebrado o Dia Estadual da Língua Materna e das Línguas e Culturas Locais.
Nas palavras do propositor do projeto: “A diversidade linguística amplia as possibilidades de escolha à disposição de todos. É uma das origens do desenvolvimento, entendido não somente pelo crescimento econômico, mas como ferramenta de acesso a experiências intelectuais e afetivas. A História está ligada à linguagem”.
A questão que se nos põe é como podemos localmente e coletivamente nos empenhar para mais e melhor fortalecer a herança cultural e a língua alemã, existentes em nossa região. De modo que a língua e o legado cultural advindo da imigração, que deu origem a Santa Cruz do Sul e região, possam continuar presentes, fazendo parte da identidade. Esta riqueza imaterial contribui para o desenvolvimento pessoal, cultural, turístico e econômico de toda a coletividade. Muitos já se empenharam nesse sentido. Algumas iniciativas fundamentais, como a recondução da língua alemã a escolas municipais, a semana da Imigração Alemã, os empenhos do Grupo 170, as divulgações do jornal regional Gazeta do Sul, grupos de dança. Algumas proposições interessantes estão se delineando nos horizontes de nosso lugar de viver, como o Parque da Imigração Alemã, que haverá de vir a ser um belo jardim dos imigrantes. Que outras, muitas outras, boas ações venham a se somar, para o enriquecimento de toda a comunidade local e regional.
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