Há muitas pessoas que se confundem no estabelecimento de limites aos seus filhos. Alguns por excesso, outros por falta. Talvez essa dificuldade de dizer “não” seja decorrente de outras privações que os filhos estão expostos como tempo, atenção ou afeto. Outros acreditam erroneamente que quanto mais rígido, melhor.
Mas limites são muito mais do que um simples “não”. Os limites englobam, além da definição de normas e regras que devem ser seguidas nos mais variados ambientes (casa, escola e sociedade), tudo que os pais precisam fazer para manter sua prole em segurança. E muitas vezes esses dois tipos de limites se contrapõem. Por exemplo, quanto menor a criança, menos regras ela está apta a seguir. Porém, de mais proteção ela precisa. Conforme ela vai crescendo, essas capacidades e necessidades se alteram.
No momento que estabelecemos limites, seja por regras, seja por proteção, aparece a tão temida frustração. O nome em si já carrega algo de desagradável, algo de indesejável. É ruim se frustrar. Mas assim como a ansiedade, a tristeza e tantas outras mazelas da vida, a frustração é inerente à existência do ser humano. Então a grande questão é como esse futuro adulto vai lidar com suas frustrações.
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Esse aprendizado deve começar cedo, mas não muito cedo. Existem adultos que pensam que crianças são adultos pequenos. Ou que quanto mais cedo eles “entrarem nos eixos”, melhor. Não existe uma receita no que tange ao estabelecimento de limites, porém há algumas sugestões.
Nos primeiros 2 anos de vida não devemos deixar de prover (frustrar) tudo que é essencial para o desenvolvimento do bebê (alimentação adequada, colo, afeto, carinho e estimulação). Mas devemos limitar e cuidar o espaço que ele vai explorar devido ao risco de acidentes (principal causa de morte em crianças). Algo que é muito bem-vindo nesses primeiros 2 anos é o estabelecimento de rotinas (sono, alimentação, brincadeiras e passeios).
Após esses primeiros anos, devemos iniciar o estabelecimentos de normas e regras mais definidas (as famosas educação e boas maneiras). Guardar, juntar, não pode isso, não pode aquilo. Seguido da famosa manha, birra e choro. Tudo normal. Quem já não presenciou ou vivenciou isso no caixa do supermercado? O diálogo e a paciência devem prevalecer. Recuar significa que a birra funciona. Tentar suprimir a expressão de frustração da criança ou bater é prejudicial para o aprendizado dela.
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Conforme lidamos com o estabelecimento dos limites e as crianças aprendem a lidar com suas frustrações, podemos ter experiências muito distintas na tão temida adolescência. Lembro que de fato é uma época de muitas transformações e questionamentos, mas se o adolescente já souber as regras da família (o que pode e o que não pode) e se ele já aprendeu a lidar com o fato de que ele não vai ter e conseguir tudo que quer, pode ser uma fase muito legal para pais e filhos.
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