Você sabia que o limão, em contato com a pele, pode provocar queimaduras graves? Nesta época do ano o número de queimaduras, chamadas tecnicamente de reações fototóxicas, aumentam muito por conta da manipulação da casca do limão sem proteção ou sem a lavagem adequada após o manuseio.
A estudante de Arquitetura Cristhiana Becker Anton, de 19 anos, sabia dos riscos da fruta, mas nem com muita precaução conseguiu evitar as lesões em todo o corpo. No último dia 11, durante encontro com amigas, descascou limões para preparar a tradicional caipirinha.
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A jovem nem imaginava os dias de dor e transtornos que viriam pela frente. “Eu descasquei as frutas de roupa, sentada em uma mesa, e logo depois tomei uma ducha com sabonete para evitar problemas. Nem cheguei a cortar os limões, só tive contato com a casca”, conta. O processo de esfregar o corpo espalhou a substância liberada pela casca.
Após passar o sábado no sol, no dia seguinte acordou como se estivesse com alergia na pele. O problema se agravou gradativamente e na madrugada de segunda-feira começaram a surgir bolhas nos braços e pernas.
Os dias seguintes foram de idas e vindas ao Hospital Candelária, muita medicação, trocas de curativos e insegurança. “Fiquei muito assustada, ouvi diversas coisas das pessoas, muitas duvidavam que poderia ser do limão”, relata.
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Passadas quase três semanas do incidente, Cristhiana continua em tratamento, segue orientações dermatológicas e observa a pele se regenerar após queimaduras nas pernas, braços e até nas costas. “Não desejo isso para ninguém, é uma dor absurda.” Recentemente, como forma de alerta, a jovem compartilhou a história nas redes sociais. “As pessoas precisam saber da gravidade e do perigo do limão”, reforça.
Limão-Taiti é o mais agressivo
O dermatologista Juliano Breunig é quem acompanha Cristhiana Becker Anton. Apesar da seriedade da situação, o médico conta que já teve casos ainda mais graves, como um paciente que atendeu na emergência da Santa Casa de Porto Alegre com uma bolha que começava na metade do antebraço e se estendia até o final dos dedos, com muito edema.
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Conforme o especialista, o limão mais agressivo é o Taiti. “O problema está no psoraleno, que é a substância que causa fototoxicidade e está 60 vezes mais concentrado na casca em relação ao sumo do limão. Por isto deve-se ter tanto cuidado ao espremer”, conta.
Para Breunig, o melhor é sempre usar luvas para espremer. “Mesmo com luvas há vários casos com pontinhos escuros pelo antebraço que surgiram pelo jato causado ao descascar o limão ou ao apertar para retirada do sumo.”
O limão pode ocasionar reações na pele após mínima exposição ao sol, sendo que o máximo da reação causada ocorre 72 horas após o incidente. “Os casos mais suaves geram apenas uma hipercromia, um escurecimento como um bronzeado intenso. Os casos mais intensos causam vermelhidão, dor e bolhas”, conta.
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