Desde sábado, 7, inúmeras personalidades e políticos portugueses e estrangeiros têm manifestado pesar pela morte de Mário Soares, ex-presidente de Portugal. Michel Temer, assim como outros representantes de países estrangeiros, viajarão a Lisboa para prestar as últimas homenagens a Soares.
Mário Soares é considerado por muitos um dos grandes nomes da democracia em Portugal. Foi advogado, fundou o Partido Socialista, lutou contra a ditadura de Salazar, foi preso e exilou-se em Paris. De volta a Portugal, foi ministro dos Negócios Estrangeiros, primeiro-ministro e presidente da República. Morreu ontem, na capital portuguesa, aos 92 anos. Ele estava internado no Hospital da Cruz Vermelha desde o dia 13 de dezembro.
O atual primeiro-ministro do país, António Costa, que está na Índia em visita de Estado, não irá participar das cerimônias fúnebres de Mário Soares, mas afirmou que, “se fosse uma vontade pessoal, gostaria de fazer o que todos os amigos de Mário Soares gostariam de fazer, estar presentes e dar um abraço à Isabel e ao João [filhos de Soares]”. Costa gravou, ainda, um depoimento em vídeo que será exibido no Mosteiro dos Jerônimos, durante o funeral do ex-presidente.
Publicidade
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que acompanhava Costa na visita à Índia, irá regressar a Lisboa para participar das cerimônias fúnebres. O português António Guterres, novo secretário-geral das Nações Unidas (ONU), afirmou que Mário Soares foi “um dos raros líderes políticos de verdadeira estatura europeia e mundial” e ressaltou a importância de sua trajetória na defesa da democracia e da liberdade no país.
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, também lamentou a morte de Soares, se referindo a ele como um “amigo”. “O meu amigo Mário nunca virou a cara à luta e às responsabilidades de um democrata. Foi assim naqueles anos difíceis quando a democracia se estabeleceu – com dificuldades, mas com sucesso -, em Portugal; foi também assim quando desempenhou com dinamismo e visão todas as funções que lhe foram confiadas pelo povo português, contribuindo decisivamente para tornar Portugal um membro indispensável da família europeia”, afirmou Juncker.
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, ressaltou em carta de condolências dirigida ao primeiro-ministro António Costa, o importante papel que Soares “desempenhou na consolidação da democracia portuguesa e como impulsionador da adesão de Portugal às Comunidades Europeias”.
Publicidade