Líderes acreditam que a UTI mista vai permanecer em Santa Cruz

Embora o impasse envolvendo a manutenção da UTI mista (pediátrica e neonatal) no Hospital Santa Cruz (HSC) siga indefinido, líderes do município creem na permanência da estrutura em Santa Cruz do Sul. Desde junho, o assunto vem sendo debatido por setores técnicos e políticos. A polêmica foi instalada após a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) apresentar uma proposta de reorganização da rede de saúde do Vale do Rio Pardo.

A ação foi indicada para atender a uma portaria do Ministério da Saúde, que estabelece regras para a manutenção das UTIs mistas, como a que funciona junto ao HSC – uma delas é que a existência de equipes separadas para os pacientes neonatais e pediátricos. De acordo com o projeto, já aprovado pelo Estado, uma UTI pediátrica (que atende pacientes de 29 dias a 12 anos) com 10 leitos SUS seria instalada junto ao Hospital São Sebastião Mártir, em Venâncio Aires.

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Já o Hospital Santa Cruz ficaria apenas com 10 leitos neonatais (que atende pacientes de 0 a 28 dias) – atualmente, são oito neonatais e dois pediátricos. A situação é acompanhada pelo Ministério Público Federal (MPF). Conforme o líder de governo na Câmara dos Vereadores, Henrique Hermany (PP), foram prestadas todas as informações solicitadas pelo MPF, incluindo um levantamento de dados, que mostra que o HSC cumpre as portarias para manutenção de uma UTI mista. “Com esses documentos, estamos buscando um entendimento junto à Secretaria de Saúde e MPF, no sentido de adequar o espaço para cumprimento das exigências, para mantermos o atendimento no molde que está. Não podemos retroceder e perder um serviço que atende a necessidade não só de Santa Cruz, mas pacientes de toda a região, fato comprovado com o levantamento de dados”, explicou Hermany, que lidera a mobilização contrária à perda do serviço para a cidade.

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“Foi um grande diferencial nesta construção a participação da comunidade. Não podemos admitir que o que foi uma conquista da população seja retirada por uma questão de formalidade. Esperamos a sensibilidade dos envolvidos, para encontrarmos uma solução e tranquilizarmos a população. Precisamos deixar claro que apoiamos a mobilização regional, mas um projeto não elimina o outro, pois quanto mais leitos tivermos, melhor. Porém, não se pode aceitar que a solução para uma falta de atendimento seja fechar leitos em uma cidade para abrir na outra. Isto está equivocado. Importante é manter os dois.”

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Henrique: conquista da população não pode ser retirada por questão de formalidade

“Fechar leitos é contramão da saúde pública”, diz Carlão

Outro vereador que acompanha o assunto de perto é Francisco Carlos Smidt (PSDB), o Carlão. Ele relembrou a mobilização da comunidade ainda durante a década de 90 para construção do local. “Foi uma grande ação coletiva, durante o governo do prefeito Sérgio Moraes, que a comunidade, desde as pessoas mais humildes dos bairros, passando pelas associações de moradores e os clubes de serviço como Rotary e Lions, ajudaram na construção da UTI pediátrica para nossa cidade, um serviço tão importante que Santa Cruz carecia”, disse Carlão.

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O vereador ainda relembrou a carência de vagas de UTI pediátrica no estado. “Fechar leitos é contramão da saúde pública. Sabemos que o transporte para outro local, em uma situação delicada, muitas vezes não permite que a vida seja salva, por isso jamais vamos permitir que Santa Cruz perca esse serviço. É inadmissível. Estamos trabalhando para que não tenhamos esse retrocesso. Temos a convicção que o serviço continuará.”

Carlão lembra que criação da UTI, nos anos 90, foi fruto de mobilização comunitária

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