A tentativa de extração de areia do Rio Jacuí na região de General Câmara começou a mobilizar líderes de entidades representativas contrárias à medida. Uma empresa de Lajeado está pleiteando a licença de operação, junto à Fepam, para atuar no serviço. Porém, o pedido engloba uma área muito próxima à barragem de Amarópolis. A questão levou o Sindicato da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro do Estado do Rio Grande do Sul (Sindibritas) e a Associação Gaúcha dos Produtores de Brita, Areia e Saibro (Agabritas) a enviar um ofício ao Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) para solicitar a proibição da mineração.
As entidades entendem que extrair areia a menos de 200 metros da barragem será prejudicial, pois a estrutura apresenta sérios problemas estruturais que contribuem para a baixa eficiência da operação. Extrair areia na região proposta no pedido de licenciamento nunca foi permitido. As entidades apontam que a mineração poderá alterar as condições hidrodinâmicas e agravar a situação da montante de Amarópolis.
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Após solicitar uma posição do Dnit, uma reunião ocorreu na quarta-feira, 12, da semana passada, em Porto Alegre. Esteve presente o representante do Sindibritas e Agabritas, Fernando Borges Machado, juntamente com o prefeito de Vale Verde, Carlos Gustavo Schuch, que também se opõe à extração no local. O coordenador de Meio Ambiente de Vale Verde, Rodrigo Klamt, e o vice-presidente da Associação dos Protetores do Balneário Monte Alegre, Jozé Luis Getke, fizeram parte da comitiva.
No encontro, o superintendente do Dnit, Delmar Pellegrini, informou que vai enviar um parecer sobre o assunto à Fepam. O coordenador de engenharia hidroviária, Augusto Ayub, também ouviu as justificativas levantadas para que o processo de licença seja cancelado.
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Para Fernando Machado, é importante manter um nível mínimo de calado para navegação. Outro ponto revelante é a utilização do rio por pescadores, agricultores e veranistas do balneário Monte Alegre. O prefeito de Vale Verde está em contato com parlamentares em Brasília para tentar viabilizar os reparos nas alças danificadas da barragem. “Mas não adianta buscarmos recursos para a recuperação se, por outro lado, houver riscos futuros à estrutura da eclusa, visando apenas ganhos financeiros”, afirmou o prefeito.
A eclusa no Rio Jacuí sofre com a falta de manutenções ao longo dos seus 40 anos e carece, há mais de cinco anos, de investimento mínimo estimado em R$ 8 milhões para operar na normalidade e não ruir. Metade das 44 comportas da barragem, na vila histórica de Santo Amaro do Sul, estão danificadas, baixando o nível da água e prejudicando pescadores, mineradoras e agricultores.
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