O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), foi incluído formalmente no rol de investigados pela CPI da Covid, segundo o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL). A decisão foi tomada nesta quarta-feira, 18, após o colegiado ouvir Barros num depoimento conturbado, no qual o líder do governo discutiu com integrantes da CPI. Segundo o relator, a decisão se dá em razão de “óbvios indícios” da participação de Barros em “rede criminosa que tentava vender vacinas”.

“Óbvios indícios de sua participação nessa rede criminosa que tentava vender vacinas através de atravessadores, comprometendo setores da própria família, e fazendo com que o País perdesse oportunidades de comprar vacina na hora certa”, disse Calheiros ao chegar ao Senado para mais uma sessão da CPI. O senador afirmou que a comissão recolheu indícios envolvendo não apenas o caso Covaxin. Segundo ele, a CPI teria notícia de que “outras pessoas” negociaram imunizantes com Barros e foram encaminhados por ele ao ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias – outro que está na mira da comissão.

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“É pelo conjunto da obra, pelos indícios, pelo envolvimento, pela comprovação da participação dele em muitos momentos. Ele, a partir de hoje, é mais um investigado formal. No caso Covaxin, e em outros casos. A CPI tem notícia de outras pessoas que negociaram vacinas com Ricardo e foram mandados para o Roberto Dias”, disse Calheiros, que citou ainda a Belcher Farmacêutica – que tem ligação com o deputado federal, que já foi ministro da Saúde.

Relatório

O senador também afirmou que vai trabalhar para entregar o relatório final na segunda quinzena de setembro. “Não sei se conseguiremos, mas vou me dedicar efetivamente a isso”, disse o relator, lembrando que a CPI ainda precisa ouvir mais 12 pessoas, além de obter mais informações a partir de requerimentos e quebras de sigilo.

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