Há poucos dias, comemoramos o Dia das Mães. Foram merecidas homenagens, almoços festivos, presentes e, é claro, muitos abraços e beijos para essa pessoa tão especial. É o reconhecimento para quem tanto fez – e, muitas vezes, continua fazendo – de forma incondicional. Além de tudo que a mãe faz, em meio a uma ou mais jornadas de trabalho, desde a concepção até a vida adulta do filho ou da filha , cuidando, ensinando, orientando, repreendendo, etc. existe uma área – a financeira – ainda pouco observada, mas que, uma vez entendida e replicada aos filhos, poderá gerar cidadãos mais bem preparados para a vida.
O sonho de qualquer mãe é ver seus filhos caminharem com as próprias pernas, não só fisicamente, nos primeiros passinhos, mas, também, financeiramente. Entretanto, a maioria das mães – podemos incluir os pais, também – não tiveram educação financeira formal, nas escolas. Então, seus acertos e falhas, nesta área, decorrentes do que observaram em seus pais, são transmitidas, inconscientemente, a seus filhos. Na verdade, a forma como lidamos com o dinheiro foi aprendida, na maioria das vezes, na família, copiando o que os pais fizeram ou, então, como represália por não concordar com alguma orientação ou decisão, fazendo o oposto. Assim é que, em muitas famílias, filhos podem apresentar situações e resultados financeiros bastante diversos.
O autor do livro “Os segredos da Mente Milionária”, Harv Eker, diz que “quando o subconsciente tem que optar entre a lógica e as emoções profundamente enraizadas, as emoções quase sempre vencem”. Estudos sobre o comportamento financeiro mostram que a racionalidade não é tão comum quanto se imagina. Por isso que se diz que o trato com o dinheiro muito pouco tem de racional. A partir dessas observações, Michael Viriato, em artigo publicado na Folha de São Paulo de 14/05/2018, propõe cinco pontos para as mães incluírem na educação dos filhos e que valem, também, para os pais:
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1) dinheiro não é sujo – quando for pagar algo e o filho estiver junto, dê o dinheiro para ele, peça para contar e pagar; evitar utilizar cartão de crédito na frente dele porque o cartão dá a ideia que não há necessidade de ter dinheiro para comprar alguma coisa o que pode desenvolver a noção de que não existe limite para gastar;
2) cuidado ao dar o “porquinho” para seu filho – um hábito muito comum, mas o “porquinho” pode criar dois entendimentos ou comportamentos nocivos: I) achar que poupar não vale a pena porque as moedas guardadas no “porquinho” não tem correção monetária, quer dizer, se foram juntadas durante muito perdem o valor da inflação; 2) o “porquinho” gera o hábito de se consumir, periodicamente, toda a economia realizada; talvez seja esse o motivo que adultos começam a poupar e, lá pelas tantas, sacam tudo para realizar algum sonho de consumo;
3) a vida não é dura – pelo menos, não é sempre; como toda a crença é autorrealizável, se a criança foi ensinada de que a vida é dura ela será dura mesmo;
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4) não guardar dinheiro para os dias difíceis – igual ao item anterior, se a criança acha que deve guardar dinheiro para dias difíceis, esses provavelmente acontecerão; o dinheiro deve ser guardado para realizar sonhos; um pequeno valor deve ser apartado para imprevistos (não para dias difíceis ou, pior ainda, para alguma doença);
5) a oportunidade nunca vai aparecer, ela precisa ser criada – antigamente, dizia-se “vá para a escola, tire notas boas e assim terás um bom emprego”; hoje, não é mais assim, a não ser para quem ingressa em algum órgão público mais privilegiado; de resto, as pessoas precisam criar ou desenvolver oportunidades; raramente, elas surgem por acaso.
Assim, o papel das mães, já tão diversificado em seus lares como operadoras de máquinas domésticas, zeladoras, motoristas, psicólogas e até diretoras-executivas, já que são elas que administram grande parte das famílias, terá que incorporar também a educação financeira para passar a seus filhos. Existem algumas razões para isso, sendo que as principais são que a educação financeira apenas agora está começando a ser ensinada nas escolas; os filhos precisam entender que dinheiro não nasce em árvore e a importância do controle de gastos; e é fundamental aprender a planejar . No futuro, com educação financeira aprendida já desde o berço, as pessoas terão, certamente, a possibilidade de mais qualidade de vida, boas oportunidades profissionais e sucesso.
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