A Câmara Setorial do Tabaco do Rio Grande do Sul, coordenada por Romeu Schneider, realizou na tarde da quarta-feira, 4, de forma online, a sua primeira reunião do ano. O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, apresentou uma avaliação prévia da safra brasileira de tabaco 2021/2022. As pesquisas parciais de comercialização, feitas pela equipe técnica e de campo da Afubra junto aos fumicultores dos três estados do Sul, apontam uma variação de 43% de aumento no preço pago no Virgínia (R$ 10,54 para R$ 15,09) e de 35% no Burley (R$ 10,02 para R$ 13,48), em comparação com a safra 2020/2021.
A comercialização, na média dos três estados, está em 73% na variedade Virgínia, 93% no Burley e 92% no Comum (dados até o dia 23 de abril). “Esse levantamento de preços é realizado por meio da apuração das notas fiscais recebidas pelos produtores”, explicou Werner.
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O presidente também apresentou a participação do tabaco na renda das propriedades rurais. Na safra 2004/2005, a participação na receita total da propriedade foi de 68%, seguida por 18% da produção animal e 14% da vegetal. No ciclo 2020/2021, ela foi de 43%, seguida por 38% da animal e 19% da produção vegetal. “Esses números nos mostram que nosso fumicultor vem, cada vez mais, investindo em outras culturas, garantindo mais fontes de renda.”
Werner também falou a respeito dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs). “A Afubra defende os produtos aquecidos que usam tabaco, pois, no caso dos que utilizam nicotina líquida, não se sabe o quanto é empregado de tabaco”, destacou. “Sabemos que os novos produtos usam menos tabaco que o cigarro tradicional, mas por não terem fumaça podem ser consumidos, inclusive, em ambientes fechados. Eles não têm autorização para venda no Brasil, mas já existe um crescimento de seu uso, principalmente nos 70 países onde são permitidos”, comentou.
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O coordenador da Câmara, Romeu Schneider, informou que a Tomada Pública de Subsídios nº 06, de 11 de abril de 2022 (TPS 06/2022), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vem recebendo informações técnicas sobre os cigarros eletrônicos. Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) são proibidos no Brasil pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 46/2009). Em 2019, a Anvisa iniciou um processo regulatório para a discussão e atualização de informações sobre o tema. “É extremamente importante a análise desse assunto, pois o prazo da Tomada Pública é 11 de maio. A Câmara Nacional já enviou uma solicitação para prorrogação desse período, em 90 dias, para que haja tempo de analisar as cerca de 2 mil páginas do material disponibilizado pela Anvisa.” A definição dos participantes da reunião é de que a Câmara Setorial do Tabaco gaúcha irá encaminhar à Anvisa um documento pedindo o adiamento do prazo, para a apuração de informações sobre os DEFs.
Representando a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, João Paulo Lipp levantou a questão da irrigação no tabaco. Segundo apuração do IBGE apresentada em reunião estadual em abril, ela chega a 2.446 hectares irrigados. “Passamos, novamente, por uma estiagem e precisamos de uma reflexão para criarmos uma campanha de incentivo à irrigação das lavouras, em parceria entre órgãos públicos, instituições e empresas. A secretaria encaminhou um programa de subvenção de até R$ 15 mil, que inclui financiamento com integradoras”, disse Lipp, sugerindo a realização de dias de campo sobre o tema.
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