A gratidão é um dos mais belos sentimentos humanos, que muitas vezes deixamos de lado. Lembrar de agradecer por tanto que nos acontece de positivo, em meio a tanto que nos atormenta, é fundamental para a nossa existência e de quem convive conosco, ao nosso redor, no local em que moramos e vivemos.
Foi sobre isso que me fez pensar, na última semana, a gravação de mais uma música, para novo vídeo do nosso conhecido Coral da Afubra, que justamente tem como título “Graças pelo meu trabalho”. Letra de Osmar Agostini, a canção manifesta graças ao Senhor do Universo pela luz e pelo amor que oferece, pela paz, pelo pão e pela saúde que temos, pela força de viver e de trabalhar que nos é dada e nos dignifica, pelos filhos e pelo lar que nos é possível ter, formar e alimentar.
Em um período atípico de vida, que testa profundamente as nossas forças, poder observar e ver que conseguimos preservar a nossa saúde, nosso trabalho, nosso lar, sem dúvida, é motivo de muito agradecimento: ao ser superior que reverenciamos e aos seres com os quais compartilhamos nossas vidas. Por isso mesmo, precisamos reiterar a todos, e a todo momento, a nossa solidariedade e reexercitar o nosso gesto de sermos gratos.
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É de nossa natureza estarmos insatisfeitos, reclamar de tudo e de todos, mas, quando pensamos melhor, podemos reconhecer tantas coisas benévolas que a vida nos oferece. Da mesma forma, é possível domar ambições exageradas, pois, como lembra Yuval Harari, em Sapiens – uma breve história da humanidade, “profetas, poetas e filósofos perceberam, há milhares de anos, que estar satisfeito com o que você já tem é muito mais importante do que obter mais daquilo que deseja”.
E quando se fala tanto em doença, eis que vem à mente uma oportuna advertência de Henry Miller, no seu interessante livro O Colosso de Marússia, quando avalia para que e para quem deve dirigir-se a luta da pessoa: “O inimigo do homem não são seus germes, mas o próprio homem, com seu orgulho, sua arrogância, seus preconceitos, sua estupidez. Nenhuma classe está imune, nenhum sistema tem uma panaceia. Cada um deve se rebelar, individualmente, contra um estilo de vida que não é seu”.
Pois, dentro deste estilo e concepção de vida, penso que a humildade de reconhecer os próprios erros e fraquezas e enaltecer as virtudes e auxílios dos outros, dentro do espírito da gratidão e do reconhecimento, pode contribuir muito para melhorar as relações conosco mesmos, com os outros e com o lugar em que vivemos. E cada vez mais poderemos perceber quanta beleza nos cerca, em humanidade, em natureza, em dádivas que a vida nos oferece em nosso quintal e que precisamos saber colher e desfrutar, sempre imensamente gratos por estarmos vivos e podermos oferecer vida a quem dela precisa.
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