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“Leite soube usar seus atributos pessoais”, diz analista

Diretora do Instituto Pesquisa de Opinião (IPO), a cientista política Elis Radmann analisa a trajetória de Eduardo Leite desde os primeiros passos na política, em Pelotas. Em entrevista à Gazeta do Sul na noite desTe domingo, 30, ela afirmou que a façanha do tucano – ser o primeiro governador reeleito da história do Rio Grande do Sul – é reflexo de acertos dele e erros do adversário na campanha.

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Entrevista – Elis Radmann, cientista política e direto do IPO

  • Gazeta – Leite é o primeiro governador do Rio Grande do Sul a se reeleger. Qual a diferença dele em relação aos antecessores, que lhe garantiu essa conquista histórica?
    A primeira reeleição do Rio Grande do Sul ocorreu em um momento ímpar da política brasileira e com um candidato que soube utilizar atributos pessoais como diferenciais competitivos. Eduardo Leite foi o primeiro governador a se reeleger e esta conquista histórica está associada a um conjunto de superações.
    O maior desafio de Eduardo Leite foi regionalizar o debate e segurar o “voto casado”, mostrar para os gaúchos que eram duas distintas eleições e que o Rio Grande do Sul deveria “falar mais alto”. Ao manter a neutralidade em uma polarização radicalizada, não se submeteu à polarização nacional e manteve a identidade como líder político. Esta estratégia permitiu atenção à pauta da continuidade e o destaque dos seus feitos e de suas propostas.
    Comparativamente aos antecessores que tentaram a reeleição, Eduardo Leite gozava de um maior índice de avaliação positiva (ótimo e bom) e de uma melhor reputação pessoal, mais de 60% dos gaúchos avaliavam a imagem dele de forma positiva.
  • Além da transferência em massa dos votos da esquerda, o que mais foi decisivo para a vitória de Leite sobre Onyx?
    Não podemos esquecer que uma campanha de segundo turno é considerada uma eleição plebiscitária, que avalia “se o governo fica ou sai”. E a reeleição de Eduardo também precisa ser analisada pelo desempenho da campanha do concorrente. A campanha de Onyx não se posicionou como um candidato de mudança, de alguém que tinha uma proposta de governo mais assertiva. Ao contrário, a campanha centrou-se em uma pauta nacional, apostando na atuação dele como ministro e na dependência identitária com Bolsonaro.
  • Leite enfrentou desgastes quando perdeu as prévias do PSDB e depois quando renunciou. O que essa vitória histórica pode representar para ele, que é jovem, em termos de futuro político?
    O ápice da superação de Eduardo Leite está associado ao perdão do eleitor gaúcho. O ex-governador desgastou a imagem na pré-campanha nacional para presidente, saga que começou com a derrota nas prévias do PSDB, passando pela renúncia, críticas à pensão e quebra da promessa de não concorrer a reeleição. O governador reeleito marca posição na história do Rio Grande do Sul e se cacifa como uma alternativa de terceira via para o pleito de 2026.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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