Em entrevista à Rádio Gazeta na tarde desta quarta-feira, 22, o ex-governador e pré-candidato Eduardo Leite (PSDB) defendeu um “debate consciente” sobre a possível privatização do Banrisul, deixando claro que a possibilidade não está afastada em um eventual novo mandato. Segundo Leite, é preciso avaliar a “conveniência” de o Estado manter um banco público de varejo.
Em 2018, quando foi eleito, Leite se dizia contrário à privatização do Banrisul e da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), ao passo que defendia a desestatização da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), da Companhia de Gás do Rio Grande do Sul (Sulgás) e da Companhia Riograndense de Mineração (CRM). “Entendo que o Banrisul deve permanecer público, porque não gera problema, não tem prejuízo e pode também servir para estimular setores da economia que interessam ao Estado”, disse, à época.
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Agora, porém, Leite alegou que as transformações no setor com o avanço da tecnologia tornam “especialmente difícil para um banco estatal competir”. “Essas tecnologias são rapidamente incorporadas em bancos privados e um banco público estatal tem suas dificuldades. Então, esse debate tem que ser feito”, falou. Segundo ele, uma eventual privatização poderia alavancar investimentos por meio dos bancos de fomento do Estado, o Badesul e o BRDE, que classificou como “estritamente necessários”.
Por outro lado, Leite também afirmou que, diferente de outras estatais, como a CEEE, a venda do Banrisul não é urgente, visto que não há risco de quebra – em 2021, o lucro líquido da instituição foi de R$ 948,5 milhões.
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Sobre a Corsan, que teve a desestatização encaminhada na gestão Leite – embora ainda não efetivada –, o ex-governador alegou que a mudança de posição em relação ao defendido na campanha se tornou “um imperativo” em função da entrada em vigor do novo Marco Legal do Saneamento. A legislação prevê que a universalização do acesso a esgoto tratado até 2033, o que, conforme ele, exigirá investimentos que a companhia não teria condições de bancar.
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