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Lei do Uber ainda aguarda regulamentação em Santa Cruz

Quatro meses após a aprovação pela Câmara de Vereadores, a nova lei dos aplicativos de transporte em Santa Cruz ainda aguarda regulamentação por parte da Prefeitura. Enquanto isso, o regramento cujo objetivo é garantir uma concorrência justa com outros setores não sai do papel.

Atualmente, quatro plataformas estão em atividade em Santa Cruz – Uber, 99, Garupa e Moby Go. Essas empresas, porém, não recolhem impostos municipais nem são registradas junto à Prefeitura. Já os motoristas atendem apenas às condições exigidas pelas próprias empresas.

Também conhecida como “lei do Uber”, a lei dos aplicativos está em vigor desde maio de 2018, mas jamais foi cumprida. No início de novembro, a Câmara aprovou uma nova versão, abolindo alguns pontos polêmicos, como a cobrança de uma taxa específica para as empresas e a exigência de que os veículos fossem emplacados em Santa Cruz.

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Para que a fiscalização possa começar, no entanto, a norma ainda precisa ser regulamentada, o que depende da própria Prefeitura. Questionada, a Secretaria de Comunicação informou que o governo “está trabalhando na regulamentação da lei” e a expectativa é de que o decreto seja publicado no início de março.

“A partir disso, a Procuradoria-Geral do Município irá notificar as empresas para que apresentem os cadastros”, diz a nota. Ainda de acordo com o Executivo, dois motoristas já solicitaram alvarás à Secretaria da Fazenda.

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Os aplicativos estão em funcionamento em Santa Cruz há mais de dois anos. Setores como táxi e transporte coletivo, que se dizem prejudicados pela falta de regulamentação, já acionaram o Ministério Público. Segundo o assessor jurídico da Associação Rádio Táxi, Luciano Almeida, a categoria está aguardando uma posição da Prefeitura.

“Esperamos que o Município não se omita, regulamente a lei e passe a fiscalizar. Estamos pressionando para isso e, se não surtir efeito, vamos avaliar uma ação judicial.” Conforme ele, o fato de a Prefeitura não estar recolhendo os tributos devidos das empresas configura renúncia de receita, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

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O QUE MUDOU NA LEI

Taxa de Gerenciamento Operacional (TGO)
Como era: as empresas seriam obrigadas a recolher um valor equivalente a R$ 43,00 mensais para operar no município.
Como ficou: a taxa deixa de existir.

Emplacamento
Como era:
exigia que os veículos utilizados no serviço fossem emplacados em Santa Cruz.
Como ficou: a exigência deixa de existir.

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Idade dos veículos
Como era:
limitava a idade dos veículos a cinco anos de fabricação.
Como ficou: estabelece que os veículos tenham, no máximo, dez anos de utilização, contados a partir do emplacamento.

Motoristas
Como era:
exigia dos motoristas certificado de participação em cursos de primeiros socorros, relações humanas, direção defensiva e mecânica e elétrica básica, além de comprovação de residência em Santa Cruz.
Como ficou: exige apenas curso de qualificação de motorista profissional. A comprovação de residência deixa de existir.

Forma de pagamento
Como era:
previa que o pagamento das viagens fosse feito exclusivamente por meio dos próprios aplicativos.
Como ficou: permite o pagamento pelo aplicativo ou em dinheiro.

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“Pretendemos nos adequar”, diz motorista

Atualmente, estima-se que há cerca de 300 pessoas atuando como motoristas em Santa Cruz. Destas, entre 100 e 120 têm nos aplicativos a atividade principal.

Presidente da Associação Santa-cruzense de Motoristas por Aplicativo (Ascma), Fábio Matos garante que a categoria está disposta a acatar a lei, mas alerta que há dispositivos já declarados inconstitucionais pelo Tribunal de Justiça.

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É o caso, por exemplo, da exigência de curso de qualificação de motorista e de vistorias realizadas por serviços oficiais de inspeção veicular. “Pretendemos nos adequar. A lei melhorou bastante, mas entendemos que alguns pontos precisam ser corrigidos. Se foram declarados inconstitucionais, não tem por que mantê-los”, afirmou.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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