Maquetes de prédios e também projetos de Theo Wiederspahn compõem a exposição
Um dos mais importantes arquitetos que alguma vez pisaram o solo gaúcho e por aqui atuaram terá seu legado salientado em mostra cuja abertura ocorrerá na próxima terça-feira, 15, na Casa das Artes Regina Simonis, em Santa Cruz do Sul, e que constitui privilégio para a região. O alemão Theodor Alexander Josef Wiederspahn (ou Theo Wiederspahn) chegou a Porto Alegre em 1908 e permaneceu na cidade ao longo de mais de quatro décadas, até seu falecimento, em 12 de novembro de 1952, aos 74 anos.
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Como arquiteto, assinou projetos que se tornaram icônicos, como o Hotel Majestic, atual Centro de Cultura Mario Quintana; o Museu de Artes do Rio Grande do Sul (Margs) e o Memorial, entre outros. Também desenvolveu trabalhos para cidades do interior. Entre eles, consta que pode ter sido o autor do projeto que resultou no prédio do Banco Pelotense, inaugurado em 1922, atual Casa de Artes Regina Simonis, justamente o local que sediará a mostra.
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Nos últimos anos, a arquiteta alemã Vera Grieneisen, que residiu em Porto Alegre, determinou-se a contribuir para o resgate do legado de Wiederspahn. Primeiro, procurou localizar o máximo de projetos. De volta a Tübingen, na Alemanha, buscou divulgar a obra por lá. A partir disso, estudantes da universidade de Darmstadt elaboraram maquetes de prédios, inspirando-se a distância.
Foi no contexto dos 200 anos de imigração alemã para o Brasil que esse acervo agora pôde ser exibido no Rio Grande do Sul. A ação envolveu força-tarefa com suporte financeiro de organizações. Nesta semana, a mostra ficou em Lajeado, e de terça-feira a domingo estará em Santa Cruz, graças ao empenho de Vera e da presidente da Associação Pró-Cultura de Santa Cruz do Sul, Carolina Knies. Na sequência, a partir do dia 23, ficará em Porto Alegre.
O QUÊ: exposição “Theo Wiederspahn: Arquitetura Erudita da Imigração Alemã”, com mostra sobre a vida e a obra do célebre arquiteto alemão.
ONDE: na Casa das Artes Regina Simonis, no centro de Santa Cruz do Sul.
QUANDO: abertura nesta terça, às 11 horas, e a mostra segue até o domingo, 20, no horário de funcionamento da Casa das Artes, para visita gratuita.
PROMOÇÃO – Realizadores: Associação Pró-Cultura de Santa Cruz do Sul, Curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisc e Pinacoteca Unisc. Parceiros: Casa das Artes Regina Simonis, Comissão do Bicentenário da Imigração Alemã da Região de Santa Cruz do Sul e Secretaria de Cultura de Santa Cruz do Sul (Secult). Apoiadores: Auswärtiges AMT, Consulado Geral da República Federal da Alemanha em Porto Alegre, Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural, Faculdade de Arquitetura da Ufrgs, Instituto Goethe, Technische Universität Darmstadt. Organização: Vera Grieneisen; Contatos:
Carolina Knies e Casa das Artes Regina Simonis, no fone (51) 98923 7808.
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A compreensão de arquitetos, professores e especialistas da área é de que a vinda e a permanência de Theo Wiederspahn revolucionaram essa atividade no Rio Grande do Sul. A mostra que estará na Casa das Artes Regina Simonis, em Santa Cruz do Sul, na próxima semana, como enfatiza a organizadora Vera Grieneisen, em conversa por telefone com a Gazeta do Sul, traz oito maquetes de alguns de seus prédios mais referenciais. Entre eles não estão, na exposição, o do atual Centro de Cultura Mario Quintana, porque, na avaliação de Vera, essa é uma obra que se poderia nomear de “fora da curva”, sem parâmetro para algo do gênero em realidade mundial.
Vera estará presente à abertura da exposição, na próxima terça-feira. Será uma oportunidade para ela rever a cidade, na qual inclusive teve a chance de passar uma virada de ano, em visita a amigos, quando de sua estada em Porto Alegre. “E gostei muito daí!”, enfatiza. Voltará, agora, para contribuir na divulgação da obra de um ilustre conterrâneo, profissional da arquitetura como é seu próprio caso. Wiederspahn nasceu em Wiesbaden, na Alemanha. Um de seus irmãos, Sepul, se fixara no Brasil e ajudara a construir o ramal ferroviário entre Montenegro e Caxias do Sul. Foi ele que convidou Theo a também emigrar, empenho que legou ao Rio Grande do Sul uma das mais impactantes obras da arquitetura.
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