Você já imaginou receber uma carta oferecendo um leão para criar na sua chácara? Pois no passado isso acontecia. Felizmente, leitores como Fernando Hennig guardam documentos que comprovam algumas excentricidades dos nossos antepassados.
Em 24 de setembro de 1943, o sinimbuense Ernesto Hennig recebeu correspondência da Cooperativa de Serradores de Pinho, de Boqueirão do Leão, oferecendo-lhe um lindo e enorme leão brasino. Paulo Comte e Jorge Jaeger, dirigentes da entidade, explicaram que a fera foi capturada em Santa Catarina e entregue à cooperativa em pagamento de uma dívida.
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Eles pretendiam vender o leão-baio por Cr$ 1.000,00 (hoje seriam R$ 1.577,00) e garantiram que o valor era razoável, pois o antigo proprietário pretendia negociá-lo por Cr$ 2 mil cruzeiros. Além disso, pediam mais Cr$ 650,00 (R$ 1.025,50) pela jaula de ferro reforçada. Sobre a alimentação do animal, salientaram ser semelhante à de um cão de grande porte. Bastava um quilo de carne por dia, complementado com comida salgada como arroz, feijão, ovos, etc. Ainda solicitaram uma definição urgente, pois havia outra pessoa interessada.
Ernesto, filho do empresário e conselheiro Augusto Hennig, gostava muito de animais e mantinha, em sua chácara, em Sinimbu, então distrito de Santa Cruz, um minizoológico particular. Ele gostou da proposta e confirmou o negócio. Alguns dias depois, um caminhão fez a entrega da fera.
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O leão virou uma atração na localidade e muita gente pedia licença para vê-lo de perto. Alguns vizinhos até ajudavam, levando ovos e galinhas para o trato, ou um pedaço de carne quando carneavam um porco ou vaca.
É preciso lembrar que antigamente, nas colônias, o leão-baio (puma ou onça-parda) era chamado apenas de leão. Assim como a onça-pintada era tigre. Eles eram comuns na região sul do Brasil, inclusive em Santa Cruz. O macho pesava entre 70 e 100 quilos, e podia medir até 2,75 metros.
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