A sessão mais longa da atual legislatura da Câmara de Vereadores de Sobradinho, com duas horas de duração, levou debates acirrados para o Plenário Ottmar Kessler na noite desta segunda-feira, 9. Tanto que a votação do projeto da Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício financeiro de 2018, aprovado por unanimidade em uma reunião extraordinária logo depois, acabou em segundo plano.
Dois assuntos dominaram a sessão desta noite. O primeiro debate ocorreu quando uma indicação do vereador Tuki Siman (PDT) foi lida no plenário, em que pedia um estudo do trânsito no município. Presente na sessão, o presidente do Conselho Municipal de Trânsito, Jair Bridi, foi convidado a ocupar a tribuna para explanar sobre as alterações feitas no fluxo de ruas do Centro da cidade. E foi bombardeado de questionamentos.
Bridi explicou que a mudança no sentido da Rua Independência, que passou a ser mão única a partir da esquina da Marechal Floriano até a General Osório, foi fruto de um estudo iniciado ainda no mês de janeiro. “Reunimos o conselho e começamos a discutir isso, pois surgiu a necessidade de desafogar o trânsito da General Osório. Todos os conselheiros aprovaram a medida”, salientou.
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O presidente do Conselho lembrou também que a alteração está em período de testes antes de entrar em definitivo. Irritado, Tuki pediu que a mudança seja desfeita imediatamente. “Nós somos a representação do povo e não fomos ouvidos”, criticou. Outros vereadores seguiram no mesmo raciocínio. Apenas Adão Weber, tentando apaziguar os ânimos, disse que a Câmara, conforme a legislação atual, não pode interferir.
Integrante da comissão regional do Plebisul utiliza tribuna
Após a votação dos projetos de lei, na tribuna livre, o integrante da comissão regional do Movimento “O Sul é meu país”, Dionathas Matheus Baggiotto utilizou o espaço para esclarecimentos sobre os ideais do grupo e o plebiscito realizado no último sábado. Sem controle de tempo, numa quebra de protocolo do Legislativo, ele comentou que informações equívocadas sobre o movimento foram proferidas durante a sessão ordinária do dia 18 de setembro.
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Baggiotto explicou que a primeira ideia do grupo é saber se a população quer ou não a separação dos três estados do Sul do restante do país e citou o caso da Catalunha, região que busca a independência, se desvinculando da Espanha. “Por isso foi feita essa consulta informal. Mas, diferente de lá, defendemos uma relação simples, e não de um divórcio de um casamento que não deu certo”, ressaltou.
Dionathas Baggiotto discursou no espaço da tribuna livre
Foto: Mateus Souza/Gazeta da Serra
Ele também fez menções aos discursos de Tuki e da presidente Maxcemira Trevisan, de que as Câmaras de Vereadores deixariam de existir. “Defendemos o municipalismo, que é 80% do que é produzido pelo município ficar no município, e também o parlamentarismo”, afirmou. Ocorreram novos debates e outros vereadores opiniaram, mas apenas Éder Librelotto (PP) se mostrou simpático a ideia do separatismo.
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