Até o início dos anos 60, quando os bairros de Santa Cruz do Sul ainda não tinham rede de água, as famílias se abasteciam em poços abertos no pátio. Quem não tinha condições financeiras de instalá-los enfrentava mais dificuldades. Para lavar roupa, por exemplo, as mulheres precisavam caminhar até uma sanga ou arroio.

No Bairro Arroio Grande, elas lavavam no Arroio das Pedras. No Margarida Aurora, encontravam-se em pontos do Arroio do Moinho. As senhoras dos bairros Bom Jesus, Schulz e Avenida iam até o Rio Pardinho. Muitas levavam os filhos, que aproveitavam para um banho refrescante.

Nos encontros, as lavadeiras colocavam as novidades em dia. Às vezes, o papo acabava em bate-boca. A situação complicava no inverno, pois trabalhavam ajoelhadas ou sentadas nas pedras e acabavam encharcadas. Em algumas ocasiões, a água barrenta prejudicava a limpeza. No retorno para casa, as roupas molhadas pesavam nos baldes. 

Foto: Reprodução

 

Em 1958, a Prefeitura começou a amenizar o problema com a instalação de uma lavanderia pública no Camboim (área do Bairro Bom Jesus). Foram seis tanques ofertados pelo 8º RI (três), Milton Mandelli, Alexandre Torrano e Assmann Irmãos. O Serviço de Saneamento do Estado (gerente Carlos Zubaran) doou os canos.

A inauguração ocorreu em 7 de dezembro de 1958. O prefeito Walter Kaempf convidou a senhora Maria Matilde Barbosa para abrir a torneira. 

Em 30 de novembro de 1965, no governo de Orlando Baumhardt, foi inaugurada uma nova lavanderia no Bom Jesus, na Rua Marcílio Dias. A construção ocorreu em parceria com o Ministério da Saúde. O bairro foi priorizado por ser populoso e ter muitas famílias carentes.

Pesquisa: Arquivo da Gazeta do Sul.