O cavalo Pirata foi resgatado por protetores de animais da Prefeitura de Vera Cruz. Ele chegou ao Hospital Veterinário da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) com um tumor no globo ocular e precisou passar por processo cirúrgico. A retirada, no entanto, acabou deixando uma grande ferida aberta. A situação motivou a elaboração do artigo “Aplicação de Terapia Larval como adjuvante em ferida cirúrgica de equino”.
A estudante do curso de Veterinária Eloisa Renata Luz, 24 anos, ficou responsável pelo manejo, com a troca diária de curativos e aplicação de antibiótico, anti-inflamatório e analgésico. “Quando estava em dez dias, a ferida ainda estava muito contaminada, com muita secreção”, relata. Em conversa com a professora Gabriele Biavaschi Silva, de Santa Maria, chegou-se à conclusão de que seria possível a utilização de larvas de poder necrófago na ferida, como forma de auxiliar a cicatrização.
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“Foi feita a limpeza com solução fisiológica e colocadas as larvas na região afetada. Elas permaneceram por 48 horas – tempo que evita que se alimentem de tecido saudável”, conta Eloisa. Assim que as retiraram já perceberam que a área estava bem revitalizada, sem secreção e odor. A continuação da aplicação não foi possível, porque as larvas foram conseguidas com o Laboratório de Parasitologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mas o trabalho delas já estava realizado e com sucesso.
Foi mantida a limpeza com solução fisiológica, pomada e fechamento.
Hoje, Pirata encontra-se em um lar temporário de protetores de Vera Cruz, à espera de alguém que queira adotá-lo. Ele recebeu alta com 55 dias de pós-operatório. Quando chegou no hospital estava com 257 quilos; ao sair pesava 279 quilos. “Além de ter resolvido o problema de saúde, foi muito bem tratado”, brinca.
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O relato do tratamento empreendido no cavalo Pirata foi selecionado para apresentação no 23o Congresso Anual da Associação Brasileira dos Médicos Veterinários de Equídeos (Abraveq). O evento, conta Eloisa, é o mais importante no meio veterinário equino, tendo alcance internacional. Participam profissionais de diversos países.
Para a estudante, o fato de ter seu trabalho aprovado ganha ainda maior relevância, porque ela tem interesse em dar atenção especial aos equinos a partir da formatura, marcada para o fim deste ano. “Em Santa Cruz não há um centro clínico e cirúrgico, além do hospital veterinário, para equinos. Há profissionais, mas fazem somente o atendimento a campo”, conta.
Ela adianta, porém, que a utilização das larvas é uma medida que demanda a atuação de um veterinário. “É importante ter o conhecimento para posicionar e retirar, além de saber o tempo que poderá estar na ferida”, frisa.
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A professora Gabriele Biavaschi Silva já participou desse congresso e foi premiada. Ela incentivou a aluna a fazer a inscrição do relato de caso. Eloisa acredita que não terá como ir ao local da apresentação, em Campinas, São Paulo, entre os dias 1º e 3 de julho. Mesmo assim, o seu trabalho é avaliado e pode ser publicado em uma revista especializada.
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