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Lancha de Bruno e Dom é encontrada afundada em rio do Amazonas

A força de segurança que investiga os assassinatos do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips localizou a lancha na qual a dupla viajava quando foram emboscados e mortos, no dia 5 de junho. Segundo a Polícia Civil do Amazonas, a embarcação estava submersa a cerca de 20 metros de profundidade no Rio do Itacoaí, próximo à comunidade Cachoeira (AM). O peso de ao menos seis sacos de areia presos à lancha a impediam de vir à tona, para que não fosse encontrada.

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Junto à embarcação foram encontrados um motor de 40 hp e quatro tambores que eram usados por Bruno, conforme explicou o delegado Alex Perez, da 50ª Delegacia Interativa de Polícia de Atalaia do Norte (AM). O local exato onde a lancha foi encontrada foi indicado por Jeferson da Silva Lima. Conhecido por Pelado da Dinha, Lima foi detido no último sábado, 18, pela suspeita de envolvimento com os assassinatos de Bruno e Dom, cujos restos mortais foram resgatados no dia 15.

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O local onde estavam enterrados os “remanescentes humanos” – conforme designação das forças de segurança – foi revelado pelo pescador Amarildo da Costa Oliveira. Conhecido como Pelado, Oliveira foi o primeiro suspeito detido por participação no crime e, segundo a Polícia Federal (PF), confessou a participação no desaparecimento do indigenista e do jornalista britânico. Os restos mortais estavam enterrados em uma área de mata fechada, a cerca de 3 quilômetros da calha do Rio Itacoaí.

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O segundo suspeito, detido em caráter temporário na última terça-feira, 14, é Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Além dos três suspeitos já detidos, a PF informou neste domingo, 19, que apura a participação de outras cinco pessoas na ocultação dos corpos. As investigações continuam para tentar esclarecer as causas dos assassinatos e se há outras pessoas envolvidas. A PF já antecipou que, até o momento, não há indícios de que o crime tenha sido encomendado, e que os criminosos teriam agido por iniciativa própria.

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Em nota, a União dos Povos do Javari (Univaja) discordou da conclusão da PF. A entidade – para a qual Bruno prestava serviços desde que se licenciou, sem vencimentos, do seu cargo na Fundação Nacional do Índio (Funai) – afirma ter repassado informações sobre organizações criminosas que atuariam na região e que poderiam ser as responsáveis pelas mortes do indigenista e do jornalista. No documento, a União solicita que as investigações continuem e nenhuma hipótese seja descartada.

“Exigimos a continuidade e o aprofundamento das investigações. Exigimos que a PF considere as informações qualificadas que já repassamos a eles em nossos ofícios. Só assim teremos a oportunidade de viver em paz novamente em nosso território, o Vale do Javari”, diz a nota.

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Vítimas

Dom Phillips, que é colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Funai, foram vistos pela última vez na manhã do dia 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. O local concentra o maior número de indígenas isolados ou de contato recente do mundo. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios.

O indigenista denunciou que sofria ameaças na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre a denúncia. Bruno Pereira estava atuando como colaborador da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), uma entidade mantida pelos próprios indígenas da região, e tinha como foco impedir invasão da reserva por pescadores, caçadores e narcotraficantes.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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