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Lágrimas por Francine

Li, com muita satisfação, na Gazeta de segunda-feira, a notícia de que o professor Aldoir da Silva se propôs a dar aulas de defesa pessoal.

Não nasci ontem. Minha estrada foi longa. Cheia de espinhos. Mas as rosas também as têm. Conheci o crime de perto na minha vida. Já sofri um acidente e aí vi que a vida é um sopro e nada mais. Uma dádiva que o Criador nos deu, mas de maneira finita. O normal é se viver um determinado tempo e depois partir.

Mas pai e mãe sepultarem um filho ou uma filha é dor que transcende qualquer outra.

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As mulheres de nosso tempo mudaram muito. Sei por causa de minhas filhas e netas. Igual, a maioria das mulheres vive num limbo de segurança pessoal, em todos os sentidos. Assédios, agressões, estupros, violações, feminicídios.

Daí que procurei ser realista. A mulher em geral não sabe se defender de agressões físicas. Desculpem-me se estou errado. Consegui convencer uma de minhas filhas, que é juíza de direito, a fazer cursos de defesa pessoal e frequentar lições de armamento e tiro. Eu mesmo, por ter cursado a Academia de Polícia, me safei de três assaltos. Ainda estava na ativa. Em todas essas tentativas me antecipei e só não entro em detalhes para não exacerbar as mentes do “coitadismo”. Gente, os tempos mudaram! Há homens loucos, brutais, doentes, tarados, todos perambulando por aí. Alguns até sabem manejar uma arma. Mas técnicas de ataque e defesa pessoal a maioria não tem.

Veja-se o que acontece em alguns países como Israel: meninas e rapazes prontos, treinados para combater ataques terroristas. Nossa guerra civil está aí. A Polícia faz muito mais do que pode, mas a endemia criminosa é avassaladora.
Meu amigo: é muito bonito mandar a filhota para a academia e formar um corpo escultural, nada contra. Mas tua filhinha tem treinamento para evitar problemas cruciais, como ameaça de estupro? Não digo que isso evite o crime. Mas no desespero e gravidade da situação, o treinamento pode fazer a diferença.

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Temos que, num momento caótico como esse, pensar em prioridades e encaminhar nossos filhos e netos a cursos de defesa pessoal e armamento e tiro. E isso tem que ser gratuito para quem não pode pagar. Imediatamente. Falo em cursos licenciados, autorizados pelas autoridades. Um dia vocês vão me dar razão.

Do contrário vai acontecer como ocorreu com essa mártir chamada Francine. Vamos deixar de frequentar parques e jardins? Nunca. Mas estejamos espertos. Parabéns, mestre Aldoir!

Choro de pena dessa menina indefesa. Uma lágrima por Francine.

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