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Lago Dourado só tem água para abastecer Santa Cruz por mais 40 dias

Com a estiagem que atinge o Rio Grande do Sul desde o fim do ano passado, o Lago Dourado tornou-se a única fonte de abastecimento de água para Santa Cruz do Sul. Segundo o monitoramento da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), o nível, que geralmente é de 4,8 metros, está em 2,070.

Em apenas um dia de abril, a baixa registrada foi de 9 centímetros, quando a média atual fica em 2 centímetros. Na segunda-feira, quando as temperaturas estavam mais altas, a oscilação chegou a quase 3 centímetros.

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Conforme o superintendente regional da Corsan, José Roberto Epstein, se a previsão de chuva para os próximos dias não se confirmar, o abastecimento poderá ser comprometido. “O volume disponível no lago será suficiente para em torno de 30 a 40 dias. Hoje a solução é postergar o máximo possível para que as chuvas retornem e contemplem, além de Santa Cruz, a região de Boqueirão do Leão e Barros Cassal, que é onde iniciam os afluentes do Rio Pardinho.”

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Diante da situação, a companhia adota estratégias para reforçar o reservatório, como a perfuração de quatro poços artesianos. O primeiro deles, localizado no Rio Pardinho, ficou pronto na última sexta-feira, faltando apenas a montagem dos equipamentos. No entanto, a vazão encontrada nesse ponto ficou abaixo da esperada, disse Epstein.

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Os trabalhos de perfuração concentram-se hoje em dois pontos nas imediações do lago e em outro perto da estação de bombeamento de água, do outro lado da rodovia. Todos devem ter até 300 metros de profundidade.

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Segundo Epstein, os poços devem começar a funcionar na medida em que ficarem prontos. Além destes, outros dois concluídos nos bairros Santo Antônio e Aliança passaram a ser usados recentemente, de forma a atender uma população de 2,5 mil a 3,5 mil residências na região.

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Outra opção apontada pela companhia para manter o abastecimento seria uma transposição de água. Conforme o superintendente regional, isso seria feito apenas em último caso, já que o rio mais próximo é o Jacuí.

“Estamos falando em mais de 30 quilômetros de distância, então essa não é uma medida a curto prazo nem barata. Foi avaliada e é uma das opções, assim como barragens no Rio Pardinho.” O investimento da Corsan nessas e outras melhorias fica em torno de R$ 1 milhão.

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Apesar da baixa, volume acumulado ainda possibilita o abastecimento da população

Poços

A opção por abrir poços artesianos em áreas próximas ao Lago Dourado e no Rio Pardinho ocorreu em virtude das características do solo. Conforme Epstein, o lençol freático no perímetro urbano já está saturado e, além do risco de não encontrar água, é preciso levar em conta a qualidade.

“Explorar a área perto do lago favorece pelo fato de poder extrair a água, mandar diretamente para o reservatório e dali para uma estação de tratamento. Podemos perfurar um poço e ele não tem vazão suficiente. Ou ainda, não ter condições de fazer a distribuição diretamente pela falta de parâmetros de potabilidade da água”.

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