Se as chuvas registradas em fevereiro e março serviram para amenizar os estragos da estiagem na agricultura, o mesmo não pode ser dito na questão do abastecimento humano. Segundo a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), o nível do Lago Dourado, em Santa Cruz do Sul, está em 3,73 metros, ou seja, 1,15 metro abaixo do normal.
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Atualmente, o reservatório cede mais água para o consumo do que está recebendo do Rio Pardinho. Apesar disso, a situação é considerada normal para esta época do ano. Segundo o superintendente regional da Corsan, José Epstein, a condição ainda é considerada segura para o abastecimento da população.
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“Existe água entrando no lago pelo Rio Pardinho. Entretanto, o volume que ingressa é menor do que o volume captado, mas no momento não representa nenhum risco para o abastecimento da cidade. O consumo tem se mantido elevado, isso é bem característico, principalmente nas altas temperaturas.”
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Epstein ressalta ainda que, mesmo com as campanhas de conscientização, o uso de água pela população segue alto, sobretudo aos sábados e em dias nos quais as temperaturas passam dos 30 graus. Para melhorar o acesso ao abastecimento da cidade e do interior, a Corsan instalou recentemente um novo poço artesiano na região de Linha Santa Cruz e um segundo deve ser finalizado até a metade de abril.
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A companhia trabalha em conjunto com técnicos da Prefeitura para encontrar novas áreas para abertura de poços e fontes de água no município. Em razão do rápido crescimento urbano na região alta da cidade, a Corsan projeta cinco novos poços para Linha João Alves e Linha Santa Cruz.
Estado enfrenta o quinto período de seca
A falta de água segue assolando o Rio Grande do Sul. O Estado passa pelo quinto grande período de seca em 20 anos (2000, 2005, 2012, 2020 e 2022), e embora algumas previsões indiquem que a situação deva melhorar até maio ou junho – quando pode começar um período de El Niño, com chuva acima da média –, a situação ainda é preocupante. São 385 municípios com situação de emergência decretada, dos quais 356 pedidos de ajuda já foram homologados pelo Estado.
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Um documento sobre a estiagem divulgado pelo governo gaúcho revelou que até a metade de fevereiro os municípios sofreram prejuízo superior a R$ 13 bilhões com a escassez de chuvas, que começou ainda em 2022. Segundo relatório do programa Supera Estiagem, um plano de ações do governo estadual para combater a crise hídrica, são quase 6 milhões de pessoas em dificuldades pela escassez de água. O problema atinge diretamente a economia gaúcha, que projeta perdas entre 20% e 30% na produção de soja e milho, dois dos principais itens de exportação do Rio Grande do Sul.
Em recursos, o Supera Estiagem já liberou mais de R$ 100 milhões para combate à seca entre 2021 e 2023. Entre as medidas, o governo do Estado perdoou R$ 25 milhões em dívidas dos agricultores no programa troca-troca de sementes e cerca de R$ 65 milhões foram destinados para perfuração de poços artesianos e construção de microaçudes.
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Mais cisternas
Os meses de dezembro de 2022 e janeiro passado foram muito críticos para os agricultores de Santa Cruz e região. No município, a Prefeitura já entregou neste ano 160 cisternas, 60 delas com capacidade de 10 mil litros e outras cem unidades com 5 mil litros cada, beneficiando cerca de 200 famílias. Diariamente, o Município abastece com água potável comunidades mais afastadas da área urbana. São três caminhões-pipa capazes de distribuir 140 mil litros em um só dia.
Segundo o secretário municipal de Agricultura, Décio Hochscheidt, a Prefeitura finalizou na segunda-feira um novo cadastro para famílias que estarão na próxima distribuição de cisternas. O material para entrega está em fase de aquisição. Hochscheidt reforça que as últimas chuvas serviram apenas para melhorar a situação de algumas lavouras. O trabalho contra os efeitos da estiagem continua.
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“A seca deu uma pequena amenizada para a plantação, mas a questão da água não mudou nada em relação há semanas atrás. Continuamos no serviço de abertura de aguadas e melhoria de açudes”, ressaltou o secretário. Ele informou ainda que, passado o processo de compra das novas cisternas, começará a distribuição.
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