Com um alto valor no mercado clandestino, não é novidade que o cobre sempre foi um dos principais alvos de ladrões. Recentemente, porém, os furtos de fios elétricos de cobre têm aumentado, impulsionados pela escassez do metal e pela crise econômica. Os alvos costumam ser escolas, instituições e empresas.
Em um dos casos mais recentes, a loja Havan de Santa Cruz do Sul teve toda a fiação dos 13 postes de iluminação do estacionamento avariada por ladrões. Os furtos aconteceram de forma escalonada no pátio da empresa, no Bairro Schulz, às margens da BR-471. De acordo com a gerente, Lucélia Batistella, o primeiro crime ocorreu no dia 23 de março.
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“Inicialmente não registramos na polícia, mas o fato se repetiu e tivemos, ao todo, quatro situações do tipo. A última foi no sábado. Repassamos as imagens para as autoridades. Deve haver um interesse de alguém que está comprando o metal e não está querendo saber a procedência”, comentou.
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O cobre tem excelente condução elétrica e é normalmente utilizado em computadores, condicionadores de ar, telefones celulares e até em veículos automotores. Já em grande escala, é encontrado em redes de iluminação de rodovias ou grandes empresas, caso da Havan.
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“É desconfortável para nós, perigoso para o funcionário, que precisa sair de noite para pegar ônibus, e para o cliente que pode até bater o carro nessa escuridão”, disse a gerente. “A vizinhança já viu a ação e também chamou a polícia, mas não foi possível pegar a pessoa em flagrante. O que me intriga é que, se estão furtando essa fiação, alguém está comprando. Por isso os fios se tornam tão atraentes para esses ladrões”, salientou Lucélia.
Imagens de câmeras já estão com a polícia
A prática do furto de fios de cobre é comum há anos, porém, a alta do dólar potencializou o crime. O metal chegou a ter um aumento acima de 70% em seu preço ao longo do último ano. É um reflexo da pandemia em países como Chile e Peru, responsáveis por cerca de 40% da produção mundial. O preço do quilo varia atualmente de R$ 33,00 a R$ 36,00.
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O fato é que esse crime gera transtornos à comunidade em geral, que vão desde a falta de energia e a interrupção de serviços de telefonia e internet até a desordem no trânsito, em decorrência da falta de iluminação pública e falhas nos semáforos em rodovias. Em um dos casos registrados na Havan, um homem foi flagrado pelas câmeras com uma faca, furtando a ponta de um hidrante instalado na empresa.
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“Pela cor semelhante, ele achou que também era cobre, mas na verdade era latão”, disse a gerente da Havan. Segundo Lucélia, instalar uma nova iluminação no lugar da furtada é uma possibilidade avaliada pela empresa, mas ela acredita que isso poderia alimentar o crime, pois os ladrões voltariam. “É uma situação que foge do controle. Não tem como quantificar tudo que já foi levado. É um problema bem maior, pois esse criminoso vende para alguém que sabe que a procedência é ilegal”, complementou a gerente.
As imagens das câmeras de segurança, que mostram a ação dos ladrões, já foram encaminhadas às autoridades policiais. Uma reunião entre a delegada titular da 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP), Ana Luisa Aita Pippi, e a gerente da Havan, Lucélia Batistella, deve acontecer ao longo dos próximos dias para tratar sobre a investigação do caso
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