Durante dois anos – de 1983 a 1985 – morei em Santa Cruz do Sul. Nesse período trabalhei na nossa Gazeta do Sul e nas então rádios Gazeta AM e FM. Cheguei à cidade sem conhecer ninguém. Ao longo do tempo forjei inúmeras amizades que se mantêm até hoje. Atualmente, a cada vinda – pena que são poucas – faço questão de reencontrar amigos diletos que ficaram para sempre no lado esquerdo do peito.
Em mais de 40 anos de jornalismo perdi a conta dos políticos que conheci. Abomino generalizações, embora as tentações sejam enormes, ainda mais em tempos de ódio puro destilado pelas redes sociais. Nessas andanças conheci muita gente boa que labuta na vida pública.
Lembro o saudoso Siegfried Emanuel Heuser, o primeiro político que entrevistei pelo Grupo Gazeta. As recordações são nítidas. Foi em uma noite de sexta-feira, em palestra que o parlamentar, à época deputado federal, proferiu na Câmara de Vereadores que registrava lotação completa.
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Nesta semana, mais precisamente na quarta-feira, um político inesquecível para o Vale do Rio Pardo e o Rio Grande do Sul foi justamente homenageado. Ele emprestou o nome para batizar o Centro Administrativo I de Santa Cruz do Sul. Silvérius Kist recebeu merecidas homenagens pela trajetória “da enxada à caneta”, conforme escreveu com precisão o jornalista Marcio Souza em reportagem publicada na Gazeta do Sul no dia 24.
Conheci o Kistão das minhas lides da Assembleia Legislativa, onde cobria reuniões de comissões técnicas permanentes do parlamento gaúcho. Não tive o privilégio de privar de sua amizade, mas os relatos de pessoas próximas combinam com a impressão que tive dele nas poucas vezes em que conversamos. Foi, ao longo de toda a sua trajetória, um homem simples, desapegado das filigranas que muitos homens públicos gostam de ostentar em público. Foi fiel a suas origens, nascidas no meio rural. Também era dedicado às questões regionais, trabalhando de forma incansável em favor dos conterrâneos.
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“Converso” por WhatsApp com a viúva, Sônia Marli Kessler Kist, que era vereadora quando morei aqui. Assisti ao vídeo da manifestação de Sônia na homenagem. Foi comovente vê-la falar do “Silvérius em casa”, longe dos holofotes que renderam cinco mandatos de deputado estadual.
“Era um pai amoroso e dedicado, sempre preocupado em ver todos bem”, disse Sônia, pressionada pelo desafio de expressar tamanhas emoções de improviso, diante de uma plateia seleta de amigos que foram prestigiar o evento em dia de chuva, vento e frio. Numa época de tanta descrença e demonização da política, Silvérius Kist honra a tradição dos homens públicos briosos, trabalhadores, comprometidos e dignos. E sempre tendo ao lado uma fiel escudeira para apoiar, acompanhar e estimular.
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