O nome de Killy Freitas mesclou-se à história da música em Santa Cruz do Sul nas últimas três décadas. Ele foi um dos responsáveis diretos para que a região se projetasse no País e até no mundo por sua obra autoral. Aos 52 anos, mantém intenso envolvimento com sua aldeia, e a partir dela torna-se universal. Marcius Aquiles de Freitas, o Killy Freitas, nasceu em 17 de abril de 1971, filho de Juarez Machado de Freitas, já falecido, que deixara Encruzilhada do Sul para se fixar em Santa Cruz ao casar-se com a santa-cruzense Sonja, hoje com 78 anos.
Foi dos pais que Killy herdou dons musicais: seu Juarez tocava violão; a mãe, gaita. Ele os ouvia, ao lado do irmão Júlio, 58, que igualmente herdou esse dom e foi uma inspiração natural e constante para o mano. Foi testemunhando a caminhada de Júlio na música, com prêmios em festivais e parcerias com grandes artistas (uma das canções dele foi gravada por Vitor Ramil), que Killy se sentiu definitivamente capturado para essa área artística, com o violão e a guitarra. Eles têm ainda a irmã Mônica, de 48 anos.
Killy estudou na escola Santa Cruz e depois transferiu-se para o Colégio São Luís. Ali conheceu os manos Renato e Rodrigo Sperb, com quem, aos 15 anos, em 1985, formaria a banda Íris Ativa, que, aliás, marcou (e marca) época na cidade, com trabalho autoral. Entre 1993 e 1994, eternizaram a parceria no disco Olhos na Pista. Na chegada aos anos 2000, aceitou convite para integrar outra banda, a Viúva Negra, formada um ano antes da Íris. Agora de covers, mantinha (e mantém) agenda intensa de shows pelo Estado.
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Assim, há duas décadas o nome de Killy se vincula à banda Viúva Negra. Em paralelo, jamais descuidou da carreira autoral. E para ela se aperfeiçoava, com a licenciatura em Música pela Claretiano e uma pós em Arte, Cultura e Educação pela Univale, de Minas Gerais. Essa formação (aliada a seus conhecimentos técnicos) viabilizou outro ramo de atuação de Killy, a de professor. Leciona já há 20 anos na Escola de Música criada pelo Colégio Mauá, contribuindo para a formação de músicos de diferentes gerações.
O entusiasmo em torno de um trabalho autoral foi concretizado no disco D’Alma, instrumental, em 2011. Um sucesso! Tanto que foi indicado para o Açorianos de melhor disco do ano. Graças ao CD, Killy fez temporadas de apresentações na Espanha. E então surgiu outra parceria, esta internacional, com o escritor chileno Antonio Skármeta, que fora patrono da Feira do Livro de Santa Cruz do Sul em 2012. Skármeta ouviu o álbum D’Alma, adorou, e passou a Killy composições suas, que este musicou.
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O resultado foi o álbum Café Frio, de 2014, com gravações também em Santiago do Chile, na casa do poeta Pablo Neruda, e que motivou shows no Brasil e no Chile. Skármeta, por suas amplas relações, colocou o disco em mãos de grandes artistas do mundo todo. Em outro projeto, gravou com o amigo Renato Sperb o disco Rellycário. E dividiu o palco com expoentes da música gaúcha e brasileira, como Duca Leindecker.
Atualmente, enquanto atende à agenda como guitarrista da Viúva Negra, Killy projeta um novo CD instrumental, ao qual se dedica, e desevolve parceria com a jornalista e escritora Bruna Ramos da Fonte, nascida em São Bernardo (SP) e radicada em Santo André (SP), autora de Essa tal de bossa nova, em conjunto com Roberto Menescal, e do recente Sidney Magal: muito mais que um amante latino, biografia do popular cantor brasileiro. Killy tem musicado letras de autoria de Bruna, e o trabalho deve resultar em novo álbum para breve, com milongas, bossa nova e outros ritmos.
Entre shows, composições, parcerias e as aulas, Killy ainda reserva atenção ao filho Murilo, de 28 anos, de um relacionamento anterior, e à filha Nina, de 9 anos, de seu relacionamento com Roberta Corrêa Pereira. E, claro, a sua companheira Marilene Junges, com quem divide os dias de intensa dedicação à música.
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Cinco músicas referenciais para Killy:
- Mediterranean Sundance (Al Di Meola)
- The Gunner’s Dream (Pink Floyd)
- Libertango (Piazzolla)
- O Catavento e o Girassol (Aldir Blanc/Guinga)
- Eco (Jorge Drexler)
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