Uma das principais fontes de informação das famílias, até metade do século passado, eram os Kalender (calendário) em língua alemã. No início, vinham direto da Alemanha e, mais tarde, alguns passaram a ser produzidos por gráficas brasileiras. Esses tinham um texto mais simples, para facilitar a leitura de quem já estava perdendo o contato com a linguagem original.

Kalender era um almanaque com muitas páginas e que continha informações úteis para as famílias sobre saúde, invenções que estavam facilitando a vida das pessoas, contos, poemas, piadas, artigos variados, curiosidades, cuidados com animais, melhor época para o plantio de determinadas culturas, santo do dia e outras.

A encomenda precisava ser feita com boa antecedência, geralmente com o padre, pastor ou algum comerciante que encaminhava os pedidos. A publicação chegava nas colônias antes da virada do ano, trazida pelo Musterreiter (caixeiro-viajante).

As famílias de origem alemã gostavam de ler e não perdiam uma linha do livro. Depois, era emprestado aos vizinhos que não tinham condições de adquirir um exemplar. Ao longo dos meses, ele estava sempre sendo manuseado e todos já aguardavam o final do ano, quando chegaria o próximo exemplar.

Algumas pessoas ainda guardam os almanaques, que são uma relíquia. O leitor Fernando Hennig nos encaminhou fotos de capas de calendários que preserva no seu Kaffehaus, em Sinimbu. São edições de 1925, 1927 e 1941.

Havia publicações dirigidas aos evangélicos e aos católicos. Os calendários editados no Brasil, em língua alemã, continham propagandas de empresas estabelecidas em comunidades de origem teuta. Indústrias e casas comerciais de Santa Cruz ajudavam a patrocinar estes anuários.

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