Após cinco dias de julgamento, os quatro réus denunciados pela morte de Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, foram condenados pela Justiça nesta sexta-feira, 15. A sessão começou com a réplica da Promotoria à argumentação da defesa. Depois da fala dos promotores, houve um breve intervalo. Após o período, foi a vez da tréplica dos advogados de defesa. Houve intervalo para almoço e depois os jurados votaram. A sentença foi dada por volta das 19 horas. A decisão foi divulgada ao vivo no Youtube.
O pai de Bernardo, Leandro Boldrini, foi condenado a 33 anos, 8 meses e 28 dias de prisão, em regime inicialmente fechado, por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. A madrasta Graciele Ugulini foi condenada a 34 anos e 7 meses de prisão, em regime inicialmente fechado, por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Os irmãos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz também foram condenados pelo crime. A mulher cumprirá pena de 23 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, por homicídio qualificado e por ocultação de cadáver. Evandro foi condenado a 9 anos e 6 meses, em regime semiaberto, por homicídio simples e ocultação de cadáver.
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O julgamento
O julgamento começou na segunda-feira, 11, no Fórum de Três Passos. O médico Leandro Boldrini, pai de Bernardo Boldrini, de 11 anos, prestou depoimento na quarta-feira, 13. Ele disse que a madrasta do garoto – Graciele Ugulini – foi a mentora do crime. O réu acrescentou que não se preocupou com o sumiço do menino no dia 4 de abril de 2014, data da morte, porque Bernardo costumava ir para a residência de amigos jogar videogame. Antes, o promotor Ederson Vieira mostrou extratos de ligações do réu na época do crime, citando um espaçamento de quase um dia sem ligar para o filho desaparecido.
Graciele depôs na manhã dessa quinta. Foi a primeira vez que ela falou publicamente sobre o assunto. No depoimento, inocentou o pai de Bernardo, Leandro Boldrini, e disse que o menino morreu de forma acidental – porque tomou medicamento sozinho. Contou ainda que teria pedido ajuda para Edelvânia Wirganovicz para ocultar o corpo. Também disse que não conhecia Evandro, o irmão de Edelvânia.
Edelvânia alegou que o irmão não tinha participação no crime. Durante o interrogatório, ela passou mal, antes de ser questionada pelo Ministério Público. Edelvânia chegou a responder questionamentos da juíza Sucilene Engler Werle, que suspendeu a sessão do júri após a ré passar mal. Durante o tempo em que falou, Edelvânia disse que foi coagida pelas delegadas sobre o que deveria dizer no depoimento.
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O irmão dela, Evandro, começou o depoimento logo após a volta do recesso. Ele foi o último réu a ser interrogado. Durante as perguntas, negou participação na morte de Bernardo. Após o depoimento, começaram os debates entre acusação e defesa, a última etapa antes da decisão do júri.