A Justiça de Vera Cruz acolheu o pedido do Ministério Público (MP) e denunciou os oito suspeitos de corrupção que foram investigados por suspeita de favorecimento político na secretaria Municipal de Saúde de Vera Cruz.
O indiciamento é fruto da Operação Fura-Fila, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado Saúde (Gaeco – Saúde) do Ministério Público, em 5 de dezembro de 2017. A partir de agora, os investigados passam a ser considerados réus.
A ação ocorreu a partir de denúncias contra os investigados, que estariam favorecendo apadrinhados políticos em atendimentos médicos junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), em Vera Cruz.
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A denúncia tornou réus os vereadores Eduardo Wanilson Martins Viana e Marcelo Rodrigues de Carvalho (ambos do PTB), o então secretário municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente e vereador, Mártin Fernando Nyland (PTB), a então secretária municipal de Saúde, Eliana Maria Giehl (PTB), o vice-prefeito Alcindo Francisco Iser (PTB), os assessores parlamentares Gelson Fernandes de Moura e Anselmo Eli Ferreira Júnior, e a servidora concursada do Município, Adriane Mueller, que atuava na Secretaria de Saúde.
Conforme o advogado de defesa dos oito acusados, Marco Antônio Borba, a análise da denúncia mostra que o Ministério Público apurou que foram inseridos dados falsos no sistema da Secretaria Municipal de Saúde. “Entretanto, até o momento não encontramos prova nenhuma de que tenha sido inserido algum dado falso ou, até mesmo, a possibilidade de se inserir quaisquer dados falsos ao sistema”, contesta Borba.
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Borba reúne-se com os réus às 11 horas desta terça-feira, 10, em Santa Cruz do Sul. “Faremos uma análise do conteúdo da denúncia, bem como quais foram as provas apresentadas. Ato contínuo, faremos uma reunião com os denunciados para apresentar qual estratégia será utilizada para defesa”, destaca. Conforme o advogado, ele irá apresentar a defesa prévia de cada denunciado e dar início à instrução processual.
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Processo será longo, aponta defesa
Por conta da complexidade e do próprio tempo de investigação, o processo deve demorar, pois desde a operação realizada pelo Ministério Público, em 5 de dezembro de 2017, até a denúncia, em 25 de novembro de 2019 – quase dois anos depois -, milhares de dados foram analisados pela equipe do Gaeco Saúde, coordenada pelo promotor de Justiça João Afonso Beltrame, do Ministério Público de Venâncio Aires. Os volumes do processo somam aproximadamente 10 mil páginas.
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Segundo o advogado de defesa, ainda não é possível prever quanto tempo a ação irá tramitar na Justiça. “Trata-se de um processo complexo, com dezenas de testemunhas a serem ouvidas e que, com certeza, vai levar alguns anos até que haja uma decisão final”, avalia Borba.
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